A continuidade do plantio da segunda safra, a renovação do acordo de exportação do Mar Negro e o aumento da demanda chinesa pelo milho norte-americano marcaram a semana passada para o milho no mundo.
Diante disso, as cotações de Chicago finalizaram a semana cotadas a US$ 6,44 o bushel (+1,42%) para o contrato com vencimento em maio/23.
Já o mercado físico brasileiro teve uma semana de desvalorização.
O plantio da segunda safra segue evoluindo, mesmo fora da janela ideal.
De acordo com Conab, atingiu 85,1% em nível nacional.
Dentre os estados, São Paulo é o que possui maior atraso, com apenas 50% da área plantada, seguido pelo Mato Grosso do Sul, com 63%.
Caso esse atraso persista até o fim do mês, poderá acarretar em um aumento da área de sorgo em detrimento do milho, pois estará com risco climático muito elevado.
Mar Negro ainda tem impasse
A renovação do acordo de exportação do Mar Negro aconteceu, mas o prazo acordado ainda é divergente entre as partes.
Neste caso, prevalece o entendimento da Rússia, que defende uma extensão de 60 dias, tendo em vista que os principais portos ucranianos estão ocupados pelos russos.
Ruan Sene, analista da Grão Direto, acredita que esse cenário resulta em um risco logístico bastante elevado, podendo aumentar de forma considerável o custo de transporte.
A conjuntura atual envolvendo Rússia e Ucrânia somada às limitações do milho brasileiro têm proporcionado ótimas oportunidades para o milho norte-americano.
Chineses compram nos EUA
De acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA), nas últimas duas semanas os chineses efetuaram a compra de 2,1 milhões de toneladas.
Essa demanda vem dando suporte às cotações de Chicago e reforça a demanda mundial pelo cereal.
O clima, de acordo com a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), mostra-se favorável para a região Norte do Brasil.
Para o restante do país, há um indicativo de redução dos volumes de precipitações.
E um pouco de preocupação, principalmente para o desenvolvimento inicial da lavoura de algumas regiões, que podem afetar de forma significativa o potencial produtivo.
A demanda pelo milho norte-americano deve continuar aquecida, considerando que, nesse momento, os EUA possuem volumes satisfatórios e de fácil acesso (comparado ao da Ucrânia) para negociar.
Milho brasileiro no segundo semestre
O Brasil deve retomar seu destaque no segundo semestre, com a colheita da segunda safra.
Na sexta-feira, dia 31, o USDA divulgará atualizações dos números de intenção de plantio de milho 2023/24 nos EUA.
Existe a possibilidade de apresentar uma diminuição da área projetada inicialmente, gerando sustentação para as cotações de Chicago.
O próximo mês será marcado pelo início dos trabalhos de plantio, dividindo a atenção do mercado com o Brasil.
O analista acredita que, diante do cenário de escassez de milho no mercado interno – ocasionado pela lentidão da colheita do milho primeira safra e as incertezas climáticas envolvendo a segunda safra – poderá começar uma tendência de valorização nas cotações do milho brasileiro.
Fonte: Grão Direto www.graodireto.com.br