A autorização do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para a importação de sementes e cultivo de cannabis para fins medicinais abre muitas possibilidades ao aproveitamento da planta.
Foi o que explicou Clarice Uchida, CEO da Expocannabis, exposição recentemente promovida em São Paulo ao programa A Granja na TV de terça-feira, 26, na Ulbra TV.
“A decisão vai possibilitar muito as empresas que trabalham no setor medicinal de produzir agora o remédio nacionalmente. E a gente com isso espera que o remédio fique mais barato para o paciente medicinal, essa possibilidade de importar a semente e cultivar a cannabis para fins medicinais”, comemorou.
“Então, ela está bem restrita ao setor medicinal. E a gente acredita que de qualquer maneira é um avanço para pode explorar estas questões todas do medicinal dentro do Brasil”, prosseguiu.
Mais usos
“Mas saliento que seria extremamente importante se conseguíssemos avançar um pouco mais nesta questão da importação de sementes e também no cultivo de cannabis no Brasil porque temos ainda um setor industrial muito mais amplo que o medicinal”.
Ele lembrou que a Anvisa vai ter um prazo de seis meses para regulamentar este tema.
“Então vamos ver como vai ser este prazo para a Anvisa regulamentar, mas com certeza se tem um grande avanço no setor medicinal quando se fala de cultivo e produção nacional do remédio à base de cannabis no Brasil”, disse.
Cânhamo
Conforme Clarice, outro tipo de cannabis, o cânhamo, pode ser utilizado para fins industriais, pois tem baixo teor de THC, um fitocanabinoide que traz a sensação de bem estar e que traz muitas vezes a sensação que é buscada para o uso social da cannabis.
“É a mesma planta, porém com teores diferentes de fitocanabinoides”, esclareceu.
“A planta geralmente utilizada para fazer remédio ela tem variação de teores de THC. E o cânhamo, que também é cannabis, tem um baixo percentual de THC. Esta é a diferença por conta do fitocanabinoide THC que faz, principalmente, esta diferenciação”, acrescentou.
“E, além disso, geralmente o cânhamo que é utilizado para a indústria tem genéticas desenvolvidas que vão atender o tipo de indústria que você quer”,
“Por exemplo, o cânhamo que atende indústria têxtil, que precisa produzir fibras para a produção de tecidos já tem uma genética onde a planta cresce mais para poder ter fibras mais longas e, com isso, conseguir um tecido com qualidade melhor por ter fibras mais longas”, complementou.
“Então, existem diversas genéticas desenvolvidas no mundo inteiro para atender os diferentes tipos de indústrias que podem atuar junto ao setor da cannabis.”
A entrevista completa, assim como o programa na íntegra e mais informações sobre o agro gaúcho e brasileiro na edição de A Granja na TV de terça-feira, 26 de novembro (Canal 48.1 TV Digital e 521 da NET Porto Alegre)