A startup Sempre AGTech vai investir na criação de braço de inteligência e inovação – a Win – World Innovation. O foco será no desenvolvimento de biotecnologias verdes para a aplicação na agricultura tropical. O objetivo é trabalhar em soluções tecnológicas em sementes, ajustadas à realidade brasileira e com o uso de tecnologias nacionais.
Devem ter espaço dentro do trabalho da nova empresa, os defensivos biodirigidos, com capacidade para controlar invasoras, pragas e doenças que prejudicam a produtividade, atuando apenas no organismo alvo, sendo inofensivo para outros seres vivos. Conforme anúncio da empresa, “é proteção para o usuário do defensivo biodirigido e para o consumidor, que poderá ter a certeza de estar ingerindo alimentos sem resíduos químicos”. Além disso, proteção de cultivos, tolerância a estresses abióticos (hídrico e temperatura) e eficiência no uso de nutrientes, com principal foco para o nitrogênio, já estão entre as frentes de trabalho da empresa.
Tecnologia com olhar brasileiro
Conforme o CEO da Sempre, Fernando Prezzotto, a ideia é buscar independência sobre os ativos utilizados, que hoje vêm, em grande parte, de fora do país. “O nosso agro ainda depende de matérias-primas vindas de países como Índia, Rússia e China para assegurar o suprimento de fertilizantes e defensivos agrícolas para o campo. Na outra ponta da cadeia, as tecnologias são dominadas e desenvolvidas exclusivamente por multinacionais globalmente consolidadas. O que nós queremos fazer é que esses ativos biotecnológicos estratégicos se tornem propriedade dos brasileiros”, afirma.
Dentro do investimento de R$ 190 milhões, está prevista a destinação de R$ 50 milhões para a criação de um Centro de Referência em biotecnologia no Cerrado Brasileiro. O parque tecnológico, que deverá ter as obras iniciadas em abril, tem previsão de três mil metros quadrados de área construída e completa estrutura de laboratórios. Também contará com área experimental de casas de vegetação, para realização de ensaios em pequena escala, e cerca de 15 hectares irrigados de campo, para realizar as Liberações Planejadas no Meio Ambiente (LPMAs).
“Queremos fazer um centro que seja de referência em biotecnologia, por isso estamos contratando profissionais talentosos para que a WIN consiga ofertar, no médio prazo, novas tecnologias que irão melhorar a vida do agricultor brasileiro”, resume.
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