Visto o aumento do consumo do milho e uma produção menor, o Brasil deve encerrar o ano com um dos menores estoques finais dos últimos tempos.
Até porque a previsão é que o país exporte 36 milhões de toneladas e registre um consumo interno de 84,2 milhões, totalizando 120,2 milhões de toneladas consumidas.
Com isso, o estoque final seria de quase 5 milhões de toneladas.
As informações são da Conab.
Conforme a plataforma Grão Direto, esse cenário pode criar oportunidades para o Brasil, especialmente nos últimos meses do ano, quando a demanda internacional pode se intensificar.
No entanto, a supersafra norte-americana pode aumentar a concorrência para o cereal brasileiro.
E setembro?
Com o término da colheita da safrinha em praticamente todo o Brasil, a pressão de oferta nas cotações do milho brasileiro deve acabar.
Isso pode abrir espaço para elevações nos preços, caso haja um aumento significativo na demanda internacional.
Mais sobre o cereal em Safra 2024/25: mais área de soja e menos de milho, aponta projeção
O mês de setembro do ano passado foi o segundo melhor mês da história quanto as exportações, com cerca de 8,75 milhões de toneladas embarcadas.
Se esse volume for alcançado novamente este ano, poderá gerar boas oportunidades para os produtores brasileiros, que ainda estão resistentes em vender.
Chicago em recuperação
Com base no contrato novembro do milho cotado em Chicago, houve uma breve recuperação na semana anterior, com a commodity voltando acima dos US$ 4,00 o bushel.
Para que se tenha uma continuação no movimento de recuperação, é necessário que o preço consiga se manter acima dos US$ 4,00 por bushel durante o decorrer dos próximos dias.
Segundo análise da plataforma Grão Direto, considerando uma tendência de alta, as regiões de US$ 4,12 e US$ 4,25 ao bushel são relevantes, e podem segurar o preço.
Caso consiga superar as regiões mencionadas, é possível uma recuperação mais concreta do milho em Chicago.
Por outro lado, caso venha a testar os US$ 3,90 novamente e perca as mínimas na região dos US$ 3,85, pode-se considerar um possível retorno até patamares de US$ 3,50 no decorrer das próximas semanas.
No geral, o milho teve bastante volatilidade em sua longa tendência de queda e seria “saudável” para o mercado pensar em uma estabilização acima dos US$ 4,00 e quem sabe em breve um movimento de recuperação.
Queda argentina
O plantio de milho argentino da safra 2024/25 deve cair 17% em meio a temores com a cigarrinha.
A informação é da Bolsa de Cereais de Buenos Aires
No Brasil, o dólar mais forte melhorou o ritmo de exportações durante a semana passada, mas ainda assim, o programa de exportação brasileiro segue em ritmo lento.
E ainda na semana a Rússia fez o maior ataque aéreo à Ucrânia desde o início da guerra, gerando mais incertezas sobre o potencial de escoamento do milho e trigo ucraniano.
Assim, as cotações de Chicago finalizaram a semana cotadas a US$ 3,78 o bushel (+2,72%), para o contrato com vencimento em setembro/24.
E no Brasil, na B3, o milho subiu 2,56%, fechando a semana a R$ 61,77/saca.
Apesar da alta nas cotações, o movimento positivo não foi efetivamente presenciado no mercado físico.
Fonte: Grão Direto