O ritmo das exportações norte-americanas de milho segue lento, pressionando as cotações em Chicago.
Em contrapartida, isso abre oportunidades para vendas a preços mais atrativos.
Já nos embarques brasileiros, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o volume embarcado até a última semana foi de apenas 35,16% do exportado em todo setembro do ano passado.
E a colheita da safrinha foi oficialmente concluída na última semana, segundo a Conab.
No foco, agora, a safra, desponta com 12% de avanço, principalmente pelo Sul do país, três pontos percentuais abaixo do mesmo período do ano passado pela falta de chuvas.
Cotações
As cotações de Chicago finalizaram a semana passada cotadas a US$ 4,01 o bushel (-3,14%), para o contrato com vencimento em dezembro/24.
Mas na B3, o milho subiu, ainda que apenas 0,07%, para R$ 67,85/saca.
E no mercado físico, o movimento foi misto, com algumas regiões positivas e outras negativas.
Boi gordo e etanol
O mercado de boi gordo e a indústria de etanol de milho apresentam sinais de fortalecimento.
A arroba do boi gordo, negociada na B3, registrou alta de 3,06% na última semana, marcando o quinto aumento consecutivo.
Conforme observado em análises anteriores, a dinâmica dos preços do milho brasileiro tem sido impactada pelo crescimento da indústria de etanol de milho no Centro-Oeste.
Com as recentes queimadas nos canaviais, espera-se um aumento nos preços do etanol, favorecendo ainda mais a produção a partir do milho.
Mais sobre o cereal em Projeções para menores embarques de milho brasileiro em 24
Esse cenário, aliado à alta na arroba do boi gordo, está gerando melhores margens para os pecuaristas, sobretudo com os preços atuais do milho, o que deve continuar sustentando os preços, especialmente na região Centro-Oeste.
Segunda safra
De acordo com o Instituto Mato-Grossense de Estudos Avançados (Imea), considerando os atuais preços dos fertilizantes e do milho futuro segunda safra, as margens dos produtores do MT estão negativas.
Isso leva o mercado a acreditar em uma redução da área plantada.
Ainda é cedo para afirmar reduções, mas estima-se que ainda está em aberto cerca de 55% dos fertilizantes necessários para o milho segunda safra.
Recorde na China
Impulsionada pela safra recorde de milho de 2024/25, a quarta consecutiva, a China enfrenta pressão nos preços dos futuros de milho em Dalian.
O contrato de milho com vencimento mais próximo na DCE registrou queda em 13 das últimas 16 sessões, atingindo seu menor nível desde julho de 2020 na semana passada.
Esse cenário reflete os baixos níveis de importação de milho pelo país asiático.
O USDA projetou que a China importaria cerca de 21 milhões de toneladas na temporada 24/25, mas, até o momento, o país adquiriu apenas 13 mil toneladas. A fraca demanda chinesa deve seguir pressionando as cotações do milho na bolsa de Chicago.
Diante de uma demanda internacional incerta, a plataforma Grão Direto ter mais uma semana negativa em Chicago, mas não acompanhada pelo mercado interno brasileiro, que poderá subir seguindo a demanda interna.
Fonte Grão Direto