Os anos entre 1845 e 1849 marcaram um período muito triste da história europeia, quando “A grande fome” matou cerca de 25% da população irlandesa. O principal motivo foi uma infestação de Phytophthora infestans, nome científico do fungo da requeima, doença que dizimou as plantações de batata – base alimentar da época.
“A requeima acabou com os carboidratos fornecidos pelas produções do tubérculo na Irlanda, no século XIX, matando mais de um milhão de pessoas de fome, além de forçar a emigração de boa parte da população”, conta o engenheiro agrônomo Bruno Dias Castanheira, gerente de Produtos HF da Rovensa Next Brasil.
Hoje, a doença possui manejo de controle, mas necessita de constante monitoramento e o uso de produtos eficazes em todas as regiões produtoras do Brasil. A requeima é extremamente agressiva; pode levar à perda total da produção, tanto de batatas quanto de tomates, entre outras culturas.
Segundo o engenheiro agrônomo, a proliferação do patógeno costuma ocorrer de forma rápida. “O fungo começa a se espalhar e a matar a folha. Com isso, diminui-se a capacidade fotossintética, então a planta tem dificuldade de produzir as substâncias necessárias para o seu crescimento, ao passo que o próprio fungo suga aquilo já produzido”, explica.
Para o controle eficaz da requeima, sem riscos ao meio ambiente, à saúde dos aplicadores ou dos consumidores, a Rovensa Next Brasil lançou recentemente o biofungicida Milarum, feito a partir de uma cepa exclusiva de Bacillus subtilis. “Até o momento, não havia nenhum produto biológico registrado para controle de Phytophthora infestans e Pseudoperonospora cubensis, os patógenos causadores destas doenças”, lembra Castanheira.
Milarum também conta com uma tecnologia pioneira no mundo chamada Bioevology®. Tratam-se de agentes bioativos exclusivos da Rovensa Next para melhorar a eficiência de controle. “Pense o seguinte, o Bacillus subtilis precisa colonizar o agente causador da doença. Os coformulantes presentes na tecnologia Bioevology® iniciam o processo de controle, abrindo a porta para que o micro-organismo faça isso de forma acelerada”, explica.
Em ambas as culturas, as aplicações devem iniciar, preventivamente, quando o clima se torna propício para seu aparecimento. “Assim que o clima começa a esfriar, com temperaturas noturnas mais amenas, é o momento de entrar com o produto”, informa.
Quanto às doses recomendadas para a Requeima do Tomate, o especialista sugere de quatro a oito aplicações de Milarum na proporção de 200 a 500 ml/100 litros de calda, iniciando logo após o transplante. Já para o controle da Requeima da Batata, as doses podem chegar a 4L/ha, iniciando uma semana após a germinação, podendo ser intercalado com aplicações de fungicidas convencionais, o que contribui para reduzir a resistência química aos mesmos.
Milarum também é registrado para o tratamento do míldio Pseudoperonospora cubensis, outra enfermidade de grande impacto econômico e social, por atacar cucurbitáceas como abóbora, pepino e melancia.