A Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) confirmou um caso de peste suína africana (PSA) no Haiti. Essa é a primeira vez que a doença surge nas Américas em cerca de 40 anos. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e a OIE já tinham confirmado a presença do vírus em amostras da República Dominicana.
Ações no País
Logo após, setores públicos e privados brasileiros se engajaram em diversas iniciativas de prevenção. Via ABPA, uma campanha multilíngue (em português, inglês, francês, crioulo e espanhol) está em curso.
Ela é veiculada nas redes sociais, na comunicação interna das empresas produtoras e fornecedoras da cadeia produtiva. Também circula em outras vias, incluindo stakeholders.
Ao mesmo tempo há reforço junto ao Governo Federal pela intensificação da defesa sanitária. “O Ministério da Agricultura se adiantou à pauta e aumentou a inspeção nos principais portos de entrada do País. Está impedindo a entrada de produtos cárneos”, afirma Sulivan Alves, diretora Técnica da ABPA.
Restrições
O Mapa estabeleceu uma legislação mais restritiva ao ingresso destes produtos. Assinou um convênio interpaíses de emergencialidade para a prevenção da peste. Além disso, instalou campanha nacional que ampliou a conscientização. Um esforço que contou com a ABPA, os auditores fiscais e outras entidades do setor.
A América Latina entrou em estado de atenção por meio do grupo #TodosContraLaPPA. Há intercâmbio de informações e esforços de 21 associações de 18 países latino-americanos, em uma grande campanha continental.
De acordo com o presidente da ABPA, Ricardo Santin, a ABPA lidera a instituição de planos de prevenção de contingência. Tudo para blindar o setor produtor e exportador de carne suína do Brasil.
“Embora os cuidados estejam intensificados sobre esta doença, nada mudou. Seguimos nas mesmas condições de antes, livres da enfermidade”, diz. O objetivo é preservar o rebanho e, indo além, o papel econômico e social do setor produtivo. Como gerador de empregos, divisas e segurança alimentar para o país.
Contudo, vale lembrar que o Brasil é livre de PSA há quatro décadas. O último foco da enfermidade foi registrado no Brasil, no início da década de 80.
Não estamos poupando esforços para preservar o nosso status sanitário. É bom lembrar que a doença não tem impacto sobre a saúde humana.
Ricardo Santin
Peste
Causada por um vírus da família Asfarviridae, a PSA é altamente contagiosa. Todavia, a doença não acomete o homem. É exclusiva de suídeos domésticos e asselvajados (javalis e cruzamentos com suínos domésticos).
A peste é observada, desde o início do século XX, no sul e leste africanos. Anteriormente, caracterizava-se pelos aspectos clínico-patológicos semelhantes à peste suína clássica (PSC). No entanto, mais tarde descobriu-se que as duas enfermidades diferem entre si.
A suspeita inicial baseia-se na observação dos sinais clínicos de doença hemorrágica. Entretanto, o uso de técnicas laboratoriais é imprescindível para a confirmação do diagnóstico.
Orientações
Informações específicas para conter a PSA constam do Plano Integrado de vigilância de doenças de suínos do Programa Nacional de Sanidade Suídea (PNSS). No site do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) também é possível buscar orientações.
De acordo com as diretrizes, é preciso adequar o sistema de vigilância baseado nos fatores de risco para PSA:
- Reportar os casos suspeitos ao Serviço Veterinário Oficial Estadual;
- Diagnóstico rápido do vírus da PSA feito em laboratório oficial;
- A prevenção em países livres da doença depende de políticas de importação rigorosas, garantindo que nem os suínos vivos infectados, nem os produtos de origem suína oriundos de países ou regiões afetadas pela PSA sejam introduzidos em áreas livres;
- Dentre as medidas de controle estão o descarte adequado (tratamento térmico) de resíduos de alimentos de aeronaves, navios ou veículos provenientes de países com ocorrência da PSA.
Saiba mais sobre os cuidados preventivos clicando aqui.
Fontes: Embrapa e ABPA