No relatório de oferta e demanda global o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), na semana passada, manteve a produtividade e a produção americana foi reduzida para 117 milhões de toneladas, devido a diminuição da área plantada.
A demanda também foi reduzida, por conta do cenário de juros global, de acordo com o USDA.
Para o Brasil, o relatório manteve a expectativa de 163milhões de toneladas para a safra 2023/2024.
Chuvas nos EUA
E com as chuvas das últimas semanas, o próximo relatório de condições de lavouras americanas poderá ser observado um aumento nas condições boas/excelentes da cultura.
As previsões climáticas ainda mostram chuvas no cinturão agrícola para esta semana, corroborando em partes à decisão do USDA em manter a produtividade da oleaginosa, no último relatório.
Economia
Nos Estados Unidos, a inflação foi um pouco abaixo das expectativas de mercado, apresentando alta de 0,2% em junho, e acumulando 3% em 12 meses.
Já no Brasil, a inflação divulgada do último mês,teve um leve recuo de 0,08%, acumulando 3,16% nos últimos 12 meses.
Dólar volátil
Com a divulgação dos dados de inflação do Brasil e dos Estados Unidos, na última semana, juntamente do relatório de oferta e demanda mundial, que trouxe números indicando diminuição no ritmo de exportações do país norte-americano, o dólar refletiu ao finalizar a semana em queda, cotado a R$ 4,80 (-1,44%).
Já em Chicago, o contrato de soja com vencimento em julho/23 finalizou a semana em valorização, a US$ 14,83 o bushel (+3,78%).
E o contrato com vencimento para março/24 encerrou a US$ 13,67 o bushel (+3,64%).
Mesmo com a alta de Chicago, a soja brasileira apresentou desvalorização,em algumas regiões, por conta da queda do dólar.
O cenário ainda é incerto em relação à economia norte-americana, visto que a inflação apresentou crescimento juntamente da diminuição da taxa de desemprego, de acordo com o relatório Payroll.
Nesta semana, haverá o início da temporada de divulgação dos balanços corporativos nos Estados Unidos, e serão importantes para a definição do horizonte econômico do país.
Caso os balanços sejam de forma positiva, pode ser um fator decisivo para que o FED leve em consideração na definição do rumo das taxas de juros no país.
Soja e petróleo
A soja possui uma correlação positiva com o petróleo. Sendo assim, a soja acompanha os movimentos praticados pelo petróleo.
Sazonalmente o petróleo está chegando ao fim do seu período de alta, dando início, a partir de agosto, à sazonalidade de alta, que pode, e provavelmente irá, fazer uma pressão baixista nos preços da soja.
E a economia chinesa está no centro das atenções. A projeção do mercado é que haja aumento de 4,5% para 7,3% no PIB anual da China.
A queda na demanda global por grãos tem afetado os preços e a produção nos Estados Unidos, abrindo espaço para o Brasil dominar a janela de exportação do segundo semestre.
E os produtores ainda estão cautelosos com as vendas.
Eles têm armazenado grãos à espera de melhores preços devido à supersafra no país, e a baixa demanda chinesa pode levar à originação da oleaginosa no Brasil, no segundo semestre.
Embora isso não seja comum historicamente, pode oferecer oportunidades de negócios para produtores com soja disponível.
No entanto, a logística brasileira estará voltada para a cultura do milho nas próximas semanas, o que pode ser um obstáculo para essa oportunidade.
Perante os fatos apresentados, a soja em Chicago poderá apresentar uma semana positiva, resultando em valorizaçãodos preços no mercado interno brasileiro.
Fonte: Grão Direto www.graodireto.com.br