Pesquisa da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) ) avalia a capacidade de plantas, a exemplo da cana-de-açúcar, se adaptarem a períodos mais longos de secas. O estudo se desenvolve no cenário climático atual, de estiagens mais frequentes e intensas. Pesquisadores desenvolvem uma metodologia para tornar as mudas pré-brotadas mais tolerantes à seca.
Palha
Neste ano, muitas lavouras de cana viraram palha. Portanto, a safra 2021/22 deve ser 15% menor do que a anterior, estima a Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil.
O estudo Bases moleculares da memória à seca é coordenado pelo agrônomo especialista em fisiologia vegetal e professor do Departamento de Biologia Vegetal da Unicamp, Rafael Vasconcelos Ribeiro. O trabalho visa desenvolver plantas “treinadas” para enfrentar a escassez hídrica.
Segundo o professor, houve boas respostas de tolerância à estiagem. “Tanto a cana pré-brotada submetida a um processo controlado de estresse hídrico, quanto as mudas originadas de plantas estressadas.”
Recuperação
Verificou-se uma rápida recuperação da fotossíntese logo depois de encerrado o período de insuficiência de água. Além de maior crescimento da planta.
Submeter a cana pré-brotada ao estresse hídrico como forma de prepará-la para futuros períodos de estiagem no campo vai na contramão das boas práticas no campo. “Isso é meio contra-intuitivo, não parece lógico”, admite o pesquisador.
A iniciativa tem financiamento do Programa de Pesquisa em Bioenergia da Fapesp (Bioen) e apoio do Instituto Max Planck (Alemanha).
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