A suspensão da importação de carne bovina brasileira do quinto frigorífico em apenas uma semana coloca o setor em alerta. Depois de provisoriamente barrar o ingresso do produto de do JBS, em Barra do Garças (MT), das plantas da Marfrig, em Várzea Grande (MT) e Promissão (SP), e do abatedouro da Naturafrig, em Pirapozinho (SP), foi a vez da unidade da Masterboi de São Geraldo do Araguaia (PA). O comunicado foi publicado no site oficial da Administração Geral de Alfândegas da China (Gacc, na sigla em inglês). A proibição entrou em vigor dia 21 de abril, sem previsão para retomada dos negócios.
Segundo o analista de mercados da consultoria Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias, frente a esse ambiente, a tendência é que os frigoríficos pressionem os pecuaristas. “O ambiente de negócios ainda sugere a continuidade da queda dos preços no curto prazo, considerando a confortável posição das escalas de abate, que, hoje, atendem entre sete e oito dias úteis em média”, assinala. Iglesias reforça também que a valorização do real é um elemento que precisa ser mencionado, na medida em que altera a contas das exportações, tornando-as menos atraentes.
Nos primeiros dez dias úteis de abril, as exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 553,151 milhões em abril, com média diária de US$ 55,315 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 89,978 mil toneladas, com média diária de 8,997 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 6.147,60. Em relação a abril de 2021, houve ganho de 85% no valor médio diário da exportação, aumento de 43,4% na quantidade média diária exportada e valorização de 29% no preço médio. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior.
Fonte: Safras & Mercado