A semana passada foi marcada, novamente, por fortes oscilações na bolsa de Chicago.
O ambiente foi carregado por fatores como avanço da colheita da soja brasileira, comercialização, condições climáticas na Argentina e atualização dos números de oferta e demanda.
Diante disso, o contrato com vencimento em março/23 encerrou a semana cotado a US$ 15,22 o bushel (-0,59%). E o com vencimento em maio/23, a US$ 15,07 (-0,79%).

A safra brasileira tem avançado, com o maior estado produtor, o MT, praticamente com a colheita finalizada.
Em contrapartida, aproximadamente, foi comercializado apenas 50% do volume.
Colheita brasileira pela metade
Em nível nacional, de acordo com a Conab, o Brasil colheu cerca de 52,5% da sua safra de soja, com um percentual comercializado próximo de 35,2%.
Já na Argentina, o cenário negativo tem mostrado avanços a cada semana, pois, de acordo com o relatório semanal da Bolsa de Cereales de Buenos Aires (BCBA), as condições de cultivo apresentaram aumento para 71% daquelas regulares/ruins.
E com redução para 27% das condições normais.
Enquanto que as condições excelentes/boas se mantiveram nos patamares de 2% em relação ao último relatório.
Ainda no país vizinho, as condições climáticas continuam adversas e desfavoráveis para o desenvolvimento de uma boa safra.
Isso justifica o corte feito pela Bolsa de Rosário de 33,5 milhões de toneladas para 29,7 milhões previstas para a produção.
Estoques finais menores
Durante a semana, nos Estados Unidos saiu o relatório de Estimativas de Oferta e Demanda Agrícola Mundial (WASDE).
O levantamento apresentou dados dos estoques finais da Argentina, com redução dos volumes, de 41 milhões para 33 milhões de toneladas.
Além de uma redução do volume de exportações para 800 mil toneladas.
Esse cenário acabou aumentando as exportações brasileiras em 700 mil toneladas.
Além disso, o relatório também apontou redução no estoque de 6,12 milhões para 5,72 milhões de toneladas norte-americanas, e volume de esmagamento reduzido em 570 mil toneladas.
Com isso o balanço de soja global ficou em patamares de 375,15 milhões de toneladas da produção mundial e um estoque final de 100,01 milhões.
O dólar teve uma semana de leve alta nas cotações, finalizando em patamares de US$ 5,21 (+0,19%), após a divulgação de dados econômicos influenciando o mercado.
E na semana houve a divulgação do relatório do Departamento de trabalho (Payroll), no qual apresentou a criação de 311 mil vagas de emprego naquele país, o que mostra uma economia aquecida e movimentada.
Leve desvalorização
Diante deste cenário, as cotações da soja brasileira tiveram uma semana de leve desvalorização em relação à semana anterior, ainda pressionadas pela oferta de produtos chegando ao mercado com a evolução da colheita.
O Brasil, de acordo com a Conab, já atingiu 52,5% da safra de soja colhida.
Além disso, o clima se apresenta favorável para que a colheita avance, com previsão de 20 a 35 mm de precipitação espalhadas por toda a área plantada do país.
Conforme o avanço e o volume de comercialização da colheita aumentam.
Clima bom nos EUA
Nos EUA, com o início do plantio da safra se aproximando, as configurações climáticas começam a se mostrar favoráveis, pelo fato do fenômeno “La Niña” estar perdendo força.
Essa notícia deve continuar pressionando os preços para baixo em Chicago, visto que o evento climático, quando confirmado, apresenta condições favoráveis para o desenvolvimento das lavouras.
Na Argentina a previsão climática é de leves chuvas nas principais regiões produtoras, mas em contrapartida as altas temperaturas previstas, em patamares acima de 40ºC, neutralizam as precipitações que podem ocorrer durante a semana.
Contudo, é esperado que as condições de lavoura não sofram muitas alterações com o que tem ocorrido.
Portanto, há uma expectativa de que as condições na semana não sejam tão promissoras para uma melhora nas condições de plantio e que possivelmente se agrave diante das altas temperaturas previstas.
Para a moeda norte-americana, o mercado ficará atento às decisões do Banco Central (FED) em virtude das informações do relatório do payroll, aguardando a próxima reunião do Banco Central, que ocorrerá no próximo dia 22.
Diante disso, com a economia dos Estados Unidos aquecida, reforça a perspectiva que o FED deve continuar elevando as taxas de juros, favorecendo o dólar frente a outras moedas, impactando negativamente o Brasil.
Neste cenário, o dólar poderá ter uma semana com tendência de alta.
Diante desses fatores, há uma expectativa de que a soja brasileira tenha uma semana com tendência de alta nas cotações, prevalecendo a valorização do dólar.
Fonte: Grão Direto www.graodireto.com.br