A partir de hoje, a meteorologista Cátia Valente escreverá semanalmente para o portal comentando as principais informações do tempo e do clima com foco na agricultura e pecuária. Cátia é meteorologista com experiência em comunicação multimídia, consultora de clima para empresas do setor agrícola e palestrante em eventos do agronegócio. Tem experiência na área de projetos governamentais. Participa semanalmente do programa A Hora do Grão e terá um espaço fixo na Revista A Granja, para falar sobre os prognósticos do clima para a agricultura.
Confira a primeira participação da meteorologista em nosso portal:
O mês de janeiro terminou com grandes contrastes climáticos no Brasil devido a influência da La Niña que mantem as chuvas concentradas na metade norte e seco no sul da América do Sul.
O Rio Grande do Sul teve um mês de forte calor e estiagem generalizada em contraste com grande parte dos estados do sudeste e centro oeste que encerraram o mês com elevados volumes de chuvas, configurando cenários completamente opostos mas sobretudo devastadores. Cidades passando por racionamentos sob o calor de quase quarenta graus, sem água para beber, animais morrendo de sede e plantações inteiras perdidas em contraste com alagamentos, inundações e deslizamentos que provocaram perdas materiais e tiraram vidas.
Para fevereiro, não há grandes mudanças. No Rio Grande do Sul, a população poderá conviver com possibilidade de novas ondas de calor e chuvas muito irregulares enquanto os estados de Santa Catarina e Paraná podem ter novamente eventos de chuvas volumosas.
O calor deve aumentar também nas regiões sudeste e centro oeste, enquanto as chuvas seguem ocorrendo devido a formação de nuvens carregadas por causa da umidade associada as temperaturas elevadas especialmente no período da tarde.
Leia também: Chicago sob influência do clima
No nordeste, as precipitações começam a aumentar na faixa norte e leste (especialmente setor litorâneo) enquanto no interior da região, as chuvas tendem a ser mais escassas e irregulares. O calor ganha intensidade no litoral entre a Bahia e Pernambuco. Já no norte do Brasil, as precipitações mais abundantes se concentram no oeste e sul com calor ganhando força em todos os estados.
Embora a La Niña esteja perdendo força, ainda deverá ditar as regras ao logo do mês de março, quando teremos o início do outono no hemisfério sul.