Por outro lado, a Região Sul segue sofrendo com o excesso de chuvas.
Na Argentina o plantio tem avançado.
Em clima otimista, na última semana o país elevou a expectativa de área plantada em aproximadamente 200 mil hectares.
Já nos Estados Unidos, as exportações seguem aquecidas, com números dentro da expectativa.
A exportação semanal de 3,9 milhões de toneladas teve como destino principal a China.
Com a rolagem do contrato, a soja para janeiro de 2024 em Chicago encerrou a semana passada US$ 13,44 por bushel (-0,30%), enquanto o de março de 2024 fechou a US$ 13,610 (-0,07%).
As cotações da soja brasileira no mercado físico recuaram, mas sem números significativos.
O dólar fechou a semana assim como abriu, a R$ 4,91, apesar de bater R$ 4,86 no meio da semana.
Para esta semana o clima no Brasil continua sendo o principal direcionador do mercado.
O cenário para a semana é de chuvas acontecendo nos próximos dias, segundo previsões, o que tende a interromper a escalada e estabilizar os prêmios de exportação por aqui.
Caso os modelos acertem, após alguns dias de chuva haverá outra estiagem com forte calor.
Quebra de safra 2024?
Muitos produtores já relatam perdas significativas de produtividade e redução de área em função do clima adverso.
No Mato Grosso já é consenso a redução de, no mínimo, 3% da área.
Mas tudo sem números oficiais, ainda.
A Conab, em seu último boletim de safra, manteve a expectativa de 162 milhões de toneladas.
O relatório de oferta e demanda, o WASDE, publicado pelo USDA, prevê em 163 milhões de toneladas.
São grandes as expectativas pelos próximos relatórios que irão colocar em números essa redução da produção brasileira.
Sabendo disso, o produtor brasileiro deve entender que uma redução de até 6 milhões de toneladas, ou 3,6% da estimativa do USDA ainda deixa o Brasil com uma safra recorde.
Os níveis do Rio Mississipi e canal do Panamá estão limitando o programa de exportação norte-americano.
O baixo nível de água nesses corpos hídricos não é novidade, mas suas consequências podem causar surpresas.
Com o encarecimento do frete, a soja americana continuará mais cara que a brasileira, mas com o risco climático e o atraso da safra no Brasil, a China continuará comprando soja norte-americana.
Caso as chuvas previstas sejam suficientes para elevar os níveis de água, poderá haver maior demanda pela soja norte-americana, o que fará pressão de baixa junto à sazonalidade da soja brasileira.
Mais sobre o momento da soja em Demanda sustenta cotações da soja
Com a vitória de Javier Milei na Argentina, o Brasil terá concorrência maior com o vizinho Argentina, com foco no farelo de soja e na carne bovina.
Os feriados de 23 de novembro, de Ação de Graças, nos EUA, e do Dia da Consciência Negra, em São Paulo, dia 20, favorecem uma semana mais tranquila em Chicago.
No final das contas, muito contribui para a estabilidade do mercado.
Taxa de juros
Nesta terça-feira será divulgada a Ata da última reunião de política monetária do FOMC.
Há grande expectativa em torno desta Ata, influenciando as operações de mercado.
Os dados referentes à inflação nos Estados Unidos apresentaram desempenho abaixo do esperado, reforçando a ideia de que os Estados Unidos encerraram o ciclo de aumento das taxas de juros.
O possível término dos aumentos de juros nos EUA, por si só, poderia beneficiar o real, apesar de estar no horizonte a possibilidade de um corte de 0,5% nas taxas de juros brasileiras nas próximas duas reuniões do Copom.
O real já precificou um otimismo com relação a Ata e, caso se confirmem as expectativas, poderá ocorrer a desvalorização do dólar ao longo da semana.
Com os feriados desta semana, a soja no mercado físico brasileiro poderá atravessar uma semana estável.
Havendo boas chuvas e desvalorização do dólar, conforme as expectativas, haverá um cenário que favorecerá a desvalorização da soja. Chicago deve seguir a mesma linha.
Fonte: Grão Direto