A semana passada para a soja foi marcada por queda nas cotações de Chicago.
As condições climáticas na América do Sul continuaram sendo o centro das atenções do mercado.
Além disso, o aumento das exportações norte-americanas também foi observado de perto.
Diante disso, o contrato com vencimento em março/23 encerrou a semana sendo cotado a US$ 15,09/bushel (-1,24%)
E com vencimento em maio/23 a US$ 15,04 (-1,51%).
A volatilidade climática continua provocando bastante oscilação nas cotações de Chicago. Principalmente quando a situação da Argentina é observada de perto.
Expectativas de uma melhora nas condições climáticas da Argentina nas próximas semanas representaram um alívio para o mercado.
Contudo, de acordo com a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA), as perdas já são irreversíveis.
A cada semana, o índice de lavouras em bom estado diminui (de 5% para 3%). E as lavouras em condições ruins ou muito ruins aumentam (de 56% para 60%).
Isso reforça as especulações de quebra de safra histórica no país.
Clima no Brasil
No Brasil, as condições climáticas ainda permanecem bastante favoráveis.
Mas começam a apresentar pontos de atenção em algumas regiões.
No Rio Grande do Sul, por exemplo, as precipitações irregulares já começam a comprometer de forma significativa o bom desenvolvimento das plantações.
Já no Mato Grosso, a continuidade das precipitações estão prejudicando a evolução da colheita.
Mas sem gerar preocupação excessiva neste momento.
Exportações americanas
Em relação às exportações norte-americanas, a semana foi marcada por uma dose de otimismo.
Isso ocorreu diante do aumento de 28% em relação à semana anterior, que totalizou pouco mais de 2 milhões de toneladas vendidas.
Os números são do USDA.
A China foi a principal compradora, representando mais de 60% do volume total exportado.
A moeda norte-americana fechou a semana em alta de +1,96%, a sexta-feira valendo R$ 5,21.
No cenário internacional, o mercado fechou a semana com uma maior aversão ao risco refletindo a possibilidade de uma recessão nos Estados Unidos.
Já no cenário interno, o mercado acompanhou os possíveis direcionamentos sobre a política econômica do novo Governo.
Com a queda de Chicago e o dólar, houve uma leve desvalorização nas cotações brasileiras em relação à semana anterior.
Ano Novo Chinês
Na segunda começou o feriado na China do Ano Novo Chinês. Historicamente, o país diminui sua movimentação comercial durante as comemorações, inclusive nas compras de soja.
Com a queda na demanda, pode haver redução do preço do grão em Chicago, diante da importância do país asiático.
Além disso, o Inmet projeta continuidade de chuvas volumosas, principalmente para as regiões: Norte, Centro-Oeste e Sudeste.
Chuvas localizadas no RS
O Rio Grande do Sul deve receber chuvas localizadas, permanecendo o cenário crítico.
Para a Argentina, o Serviço Meteorológico Nacional (SMN) sinaliza a presença de chuvas mais volumosas em boa parte do cinturão produtor.
Caso todas essas condições se confirmem, poderá provocar queda nas cotações de Chicago.
As condições internas do Brasil devem influenciar bastante no valor do dólar, mas deve predominar o movimento de queda.
O país continua bastante atrativo para receber capital estrangeiro por estar com taxas de juros, ainda, em altos patamares.
Diante de todo esse cenário, a semana poderá ser marcada por queda nas cotações brasileiras.
Fonte: Grão Direto www.graodireto.com.br