A Inseminação Artificial (IA) é uma tecnologia consolidada no país. Apresenta números positivos estarrecedores, e a projeção é de que a produção de sêmen seja ainda maior em 2022.
Para se ter uma ideia, em 2020, a coleta total de sêmen alcançou 14.899.623 doses. No terceiro trimestre de 2021 esse número já havia sido superado.
Produção
Segundo o Index Asbia 3º Trimestre 2021, relatório divulgado pela Associação Brasileira da Inseminação Artificial (Asbia), a produção de sêmen, nos nove primeiros meses, alcançou 16.713.741 doses. Ainda conforme o Index, a tecnologia já está inserida em 77,6% do território brasileiro.
“Estamos analisando mais de 126 mil informações individuais para fechar o balanço de 2021. Contudo, já é possível afirmar, sem sombra de dúvidas, que a Inseminação Artificial cresceu de forma absurda no país”, diz o presidente da associação, Márcio Nery.
A coleta de doses aumentou 70% de janeiro a setembro, em relação a 2020. “Nossa expectativa é que o Brasil supere esses números em 2022. A demanda é alta e a produção só cresce”, projeta.
Procura
No primeiro semestre de 2021, as centrais de produção de sêmen bovino reagiram à crescente procura por genética e ampliaram a sua capacidade produtiva. O resultado desse processo foi um aumento de 103%, totalizando mais de 10,8 milhões de doses coletadas no período.
Durante os mesmos meses, as exportações de sêmen cresceram 99%.“O melhoramento genético é uma estratégia extremamente valiosa para o produtor. Pois a genética é o único insumo permanente que ele pode trazer para dentro da fazenda”, comenta o gerente executivo da Asbia, Cristiano Botelho.
Segundo ele, nesse sentido, a inseminação artificial é o melhor veículo para realizar essa estratégia. “Os números nos mostram é que cada vez mais produtores investem nessa ferramenta em todo o Brasil, atraídos pelo potencial de aumento de produção.”
Democratização
Ainda de acordo com Cristiano, o impacto social da inseminação artificial também foi destaque em 2021 e continuará sendo nos próximos anos. “É importante pensar na IA como uma tecnologia que democratiza o acesso ao melhoramento genético. Tanto o grande quanto o pequeno produtor têm a possibilidade de incluir a sua utilização na fazenda, gerando ganhos para toda a cadeia produtiva do leite e da carne.”
Além disso, existe a componente da sustentabilidade. “Já que a genética permite um aumento expressivo de produção, em período de tempo mais curto e sem necessidade de aumentar o espaço ocupado pelo rebanho. Ou seja, é um processo que torna a pecuária mais eficiente e, por isso, sustentável e responsável”, diz.
Em 2021, a Asbia deu continuidade ao trabalho de fortalecer a relação com o Governo Federal. A expectativa é de que, em 2022 a associação continue atuando junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para viabilizar estratégias que impulsionem o melhoramento genético e agropecuária. Entre elas, agilizar os processos de registro de touros e importação de genética.