A recente estimativa de Safras & Mercado para o feijão carioca apontou para 10% de perdas no Brasil na primeira safra 2023/24.
A área foi projetada em 1,99%, enquanto a produção nacional poderá diminuir 5,53%, de 589,3 mil toneladas em 2022/23 para 556,7 mil toneladas em 2023/24.
A produtividade também deve registrar uma retração de 3,61%, para 1.649 kg/ha na safra 2023/24.
Sul com área menor
No Sul, a área plantada deve cair 9,15%, de 59,4 mil hectares em 2022/23 para 54,0 mil em 2023/24.
Como resultado, a produção também deve cair cerca de 16,91%, de 110,7 mil toneladas para 92 mil.
A projeção para a produtividade da região diminuiu 3,43%, atingindo 1.863 kg/ha em 2023/24, em comparação aos 1.929 kg/ha da safra anterior.
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O Paraná, o maior produtor da região, registrou uma redução de 6,33% na área plantada e uma queda expressiva de 18,43% na produção, refletindo uma diminuição de 12,92% na produtividade.
Já em Santa Catarina, as reduções foram ainda mais acentuadas, com a área plantada caindo 23,14% e a produção 25,06%.
No Rio Grande do Sul, embora a área plantada tenha caído levemente (1,39%), a produção aumentou 3,31%, devido a uma elevação de 4,76% na produtividade.
Norte/Nordeste
Na região Norte/Nordeste, a situação foi mais positiva.
Embora a área plantada tenha diminuído 2,91%, a produção aumentou 3,66%, resultando em uma melhora de 6,77% na produtividade, que atingiu 794 kg/ha em 2023/24, em comparação aos 743 kg/ha do ciclo anterior.
Já no Centro-Sul a redução deve ser de 1,75% na área plantada.
A produção também pode registrar uma queda de 6,44%, acompanhada por uma diminuição de 4,77% na produtividade, que caiu para 1.871 kg/ha nas estimativas.
Alerta ao mercado
Segundo o analista de Safras & Mercado Evandro Oliveira, a combinação de chuvas excessivas no Sul e seca em regiões como Minas Gerais e Goiás durante o desenvolvimento das plantas serve como um alerta para o mercado.
Com o plantio realizado entre agosto e novembro e a colheita prevista para dezembro de 2023 a março de 2024, a safra já mostrava sinais de dificuldade devido às previsões desfavoráveis do fenômeno El Niño, explicou.
No Paraná, um dos principais estados produtores de feijão carioca, o clima foi adverso.
Conforme Oliveira, chuvas intensas durante o período de plantio causaram inundações em várias regiões, criando condições inadequadas para o desenvolvimento das plantas.
Esse excesso de umidade, aliado a dias nublados e temperaturas baixas, comprometeu o enraizamento das plantas e, possivelmente, reduziu o potencial produtivo das lavouras.
Em Minas Gerais e Bahia, o cenário foi inverso, mas igualmente preocupante.
A seca severa e as temperaturas elevadas atrasaram o início do plantio.
Em Minas Gerais, a falta de chuva nos meses críticos do ciclo impediu que muitas áreas fossem semeadas no momento ideal, aumentando a vulnerabilidade das plantas a doenças e pragas, relatou.
Ele também explicou que na Bahia, a estiagem e o calor intenso prejudicaram o plantio e o desenvolvimento inicial das plantas, embora as produtividades médias não tenham sofrido queda significativa.
Outros estados, como São Paulo e Goiás, também enfrentaram problemas climáticos.
São Paulo, além do excesso de chuvas, registrou episódios de granizo que danificaram as lavouras, enquanto Goiás, assim como Minas Gerais, sofreu com a seca.
Fonte: Safras & Mercado