A Embrapa Pecuária Sul desenvolveu uma calculadora que mede a pegada de carbono da pecuária bovina, assim como avalia a eficiência do sistema produtivo da propriedade.

O lançamento da ferramenta se deu na Expointer, e a sua importância e a utilização foram detalhadas pelo pesquisador Vinicius Lampert ao programa A Granja na TV, veiculado pela Ulbra TV na quarta-feira, 28.

Conforme ele, a calculadora foi desenvolvida pela unidade da Embrapa sediada em Bagé/RS em parceria com a Universidade Federal do Pampa (Unipampa).

A pesquisa modelou por meio de questões matemáticas o algoritmo que possibilita os processos de cálculo da pegada de carbono.

Amigável e prática

“A partir disso a Embrapa avançou no processo visando sempre o produtor rural e os técnicos de uma ferramenta que pudesse ser utilizada a campo de forma amigável e prática, sendo acessível”, conta.

A ferramenta calcula a partir de já conhecidos indicadores zootécnicos, que são parâmetros que medem a eficiência do sistema de produção.

“E a gente sabe através dos projetos de pesquisa de atividades acompanhadas a campo que quanto melhor o sistema de produção melhor é a emissão. Só que muitas vezes isso não é percebido pelo produtor”, lembra Lampert

“Então entendemos que com esta calculadora vamos conseguir sensibilizar, motivar e a entender que à medida que ele (pecuarista) melhora o seu sistema de produção, ele melhora a pegada de carbono, ou seja, a emissão de gases de efeito estufa”, acrescenta.

Sequestro de carbono

Lampert lembra que a pecuária “dois lados”.

Um deles é realmente a emissão dos gases de efeito estufa.

“Mas ela tem um papel importante que é o sequestro de carbono via pastagens bem manejadas”, esclarece.

“Então quando o processo desse sistema de produção com o ambiente através de manejo adequados, com técnicas agronômicas que são adequadas e recomendadas, utilizando a calculadora, a gente vai conseguir medir que, ao melhorar estes indicadores, as emissões serão reduzidas”, descreve.

“E a pecuária, ao invés de ser tida como aquela que está emitindo ou proporcionando o aquecimento, pelo contrário, ela vai conseguir contribuir com a redução e mitigação de gases de efeito estufa”, complementa.

Como funciona?

Como já se sabe quais são os dados zootécnicos do sistema pecuário completo – cria, recria e terminação -, parâmetros estes conhecidos pelos técnicos e produtores, dados já conhecidos e interativos, não teóricos, então sobre estes são calculadas as emissões.

“Não são necessários sensores e nenhum equipamento sofisticado. Somente as informações que, quando as propriedades são assistidas via consultoria ou assistência técnica e extensão rural, estas informações já são existentes e estão disponíveis nas propriedades rurais”, ressalta.

Os dados são inseridos manualmente, e é ainda possível fazer simulações onde o produtor está e quer chegar.

“Por exemplo: qual a emissão atual dele e, mudando alguns parâmetros, o que vai acontecer com a emissão se ele, com estratégia e intervenção, conseguir atingir a melhoria do sistema – sempre em sistema de ciclo completo”, afirma Lampert.

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E o futuro da ferramenta vai permitir elaborar o balanço de carbono, não apenas as emissões, mas o que é retido e sequestrado.

Gratuito

O sistema é gratuito ao produtor visto as parcerias, mas no futuro algumas funcionalidades mais robustas poderão ser monetizadas, para que a captação de recursos mantenham o projeto.

Inicialmente a ferramenta é de aplicação à realidade da Região Sul, mas pode ser usada em outras regiões do país.

Basta mudar índices, personalizar quanto a qualidade das rações, das pastagens e assim por diante.

Saiba mãos sobre a ferramenta CarbonGado.

Veja a entrevista completa e outras reportagens sobre a feira no link abaixo. Assim como mais informações sobre o agro no programa A Granja na TV, da Ulbra TV (Canal 48.1 TV Digital e 521 da NET Porto Alegre),