Tem aumentado a pressão dos frigoríficos contra o desmatamento ilegal nas principais áreas produtoras de carne bovina, movimento que encorpa cada vez mais.
O mais duro golpe veio em março de quando o próprio Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) criou uma ferramenta para garantir que os empréstimos concedidos a proprietários rurais não serão destinados a áreas de desmatamento irregular. A tecnologia conta com monitoramento das áreas via satélite.
No mesmo mês, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) também criou novas regras para que os bancos brasileiros, ao oferecer crédito a frigoríficos e matadouros, cumpram um protocolo com requisitos mínimos comuns para combater o desmatamento ilegal.
Desta forma, os bancos participantes de uma autorregulação deverão solicitar aos seus clientes frigoríficos localizados na Amazônia Legal e no Maranhão, a implementação de um sistema de rastreabilidade e monitoramento que permita demonstrar, até dezembro de 2025, a não aquisição de gado associado ao desmatamento ilegal de fornecedores diretos e indiretos.
Preocupado com o desfecho da situação, o Instituto Mato-grossense da Carne (Imac) criou, em parceria com o Ministério Público Federal (MPF), o Programa de Reinserção e Monitoramento (PREM), com o objetivo de regularizar as propriedades que tenham cometido desmatamento ilegal.
“Atualmente a gente sabe que existem aproximadamente dez mil produtores nessa situação e essa plataforma os auxilia, a partir de um processo de monitoramento das propriedades rurais, a retornarem ao mercado formal da carne. Dessa forma, o Imac pode contribuir para que os produtores consigam participar plenamente do mercado”, explicou Gabriel de Jesus Andrade, diretor técnico operacional do IMAC.
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Pessoas e empresas, neste caso os pecuaristas, precisam se atualizar e invesstir em práticas sustentáveis em termos econômico, social e ambiental para conseguirem manter seus mercados atuais e conquistar novos.
Uma forma de fazê-lo e assegurar a diferenciação dos concorrentes é através da implementação de sistemas de rastreabilidade durante toda a vida dos animais (e mesmo de cada fazenda) até a chegada ao consumidor.