A Cúpula dos Sistemas Alimentares da Organização das Nações Unidas (ONU) debate o Desperdício de Alimentos. O encontro acontece em Nova York (Estados Unidos), nesta quinta-feira, 23. Desde já, o Brasil lidera as discussões para uma proposta unificada da América do Sul, América Central e Caribe. O objetivo é garantir a segurança alimentar e nutricional de forma sustentável no mundo.
Enfrentamento
Para isso, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) criou o Grupo de Trabalho de Enfrentamento a Perdas e Desperdício de Alimentos, na Comissão de Desenvolvimento Sustentável do Agronegócio (CDSA). A Resolução CDSA/Mapa nº 1/2021 foi publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (21).
O Mapa coordena o Grupo de Trabalho. Este reúne representantes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A duração das atividades é de 180 dias. Contudo, podem ser prorrogadas uma vez por igual período.
Estratégias
O primeiro encontro acontecerá em outubro. Deve iniciar a proposição de um plano nacional para a redução de perdas e desperdício de alimentos. Além disso, o grupo desenvolverá estratégias de aproveitamento integral dos alimentos.
Ao mesmo tempo, fortalecerá trabalhos de redistribuição para redução de perdas. As ações acontecem através de recomendações de ajustes regulatórios, estímulo e aprimoramento de programas sociais.
Em evento em junho deste ano, a ministra Tereza Cristina ressaltou a importância do debate. Ela sugeriu fazer uma adaptação para rever a legislação numa série de fatores e gargalos, a fim de melhorar o prazo de validade dos alimentos.
Há muito tempo deveríamos tratar deste tema. De maneira objetiva, ao conectar o desperdício com o mapa da fome. A pandemia nos trouxe este assunto de forma muito perceptível. Então, temos que agir rapidamente.
Tereza Cristina
Mundo
A discussão permeia modelos já utilizados ao redor do mundo, de forma adequada e segura para o consumo. Países como Estados Unidos, Portugal, Reino Unido, Alemanha, Canadá, França e Noruega adotam o conceito “Best before”. Em tradução livre: consumir preferencialmente antes de.
A partir desse conceito, os produtos, mesmo após o período indicado no rótulo, estarão aptos ao consumo. Desde que armazenados adequadamente e com a embalagem fechada. Isso permite, inclusive, a comercialização dos itens a preços promocionais.
Nesses casos, há apenas a indicação de um período mínimo no qual o sabor e valor nutricional dos produtos se mantêm. No entanto, se esse prazo expirar, não significa que o alimento vá para descarte. Apenas que perdeu parte de suas características sensoriais de frescor.
O modelo “Best before” pode ser aplicado a produtos que mantêm sua estabilidade em temperatura ambiente. São exemplo os alimentos com baixa atividade de água, que passam por processo de esterilização ou sejam embalados a vácuo. Exemplos são biscoitos, conservas, grãos e macarrão.
Foto: Canva/Pro
Fonte: Mapa