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Home»Agricultura»Dia do Agrônomo, 12 de outubro: “É preciso colocar na agenda o impacto da variabilidade climática na produtividade”
Agricultura Atualização:12/10/2023

Dia do Agrônomo, 12 de outubro: “É preciso colocar na agenda o impacto da variabilidade climática na produtividade”

Leandro Mariani MittmannPublicado por Leandro Mariani Mittmann12/10/2023Atualização:12/10/2023Nenhum comentário8 Min de Leitura
(Foto: Pedro Andrighi)

Octávio Perez Prado é presidente da Associação Pan-Americana de Engenheiros Agrônomos (Apia), entidade que reúne associações, colégios, federação e confederações destes profissionais em 19 países das Américas do Norte, Central e do Sul. Engenheiro-agrônomo especialista em gestão sustentável de terras e em políticas de combate à desertificação, esteve recentemente em Pelotas/RS participando dos debates do 33º Congresso Brasileiro de Agronomia (CBA 2023), realizado pela Confederação dos Engenheiros Agrônomos do Brasil (Confaeab) em parceria com a Sociedade de Agronomia do Rio Grande do Sul (Sargs) pela primeira vez no sul do estado, reunindo agrônomos, pesquisadores e estudantes de todo o País e do exterior, além de representantes de faculdades, empresas, Poder Público e do setor de ciência e tecnologia. Evento que, segundo Prado, colocou em pauta o papel profissional dos agrônomos, a discussão de políticas nos setores privado e público, bem como a discussão científica, tecnológica e acadêmica sobre o trabalho agrícola.

Nesta entrevista, o presidente da Apia aborda algumas questões sobre temas como o uso da terra conciliando produção e sustentabilidade, a concentração de cultivos, o impacto das mudanças climáticas e formas de garantir segurança alimentar.

Ciência e a inovação são cada vez mais aliadas da agricultura. Quais as boas notícias em prol da segurança alimentar e redução de impactos ambientais?

A possibilidade de desenvolver e utilizar os desenvolvimentos tecnológicos e inovação nos permite pensar que a agricultura caminha rapidamente para um processo de sustentabilidade da produção. De estabelecer parâmetros de qualidade e gestão que não existiam antes e seguir em frente com uma profissão que trabalha com muita clareza o que é a produção para determinados ambientes, com o conhecimento dos fatores ambientais, hidrológicos e climáticos necessários. Com a tecnologia à mão, o que nos permite tomar melhores decisões. Hoje a profissão tem uma caixa de ferramentas inovadora que nos aproxima de poder aconselhar, assessorar e trabalhar com os setores público e privado para garantir a sustentabilidade da produção, o cuidado dos recursos naturais e a segurança alimentar em qualidade e quantidade.

Como engenheiro-agrônomo, sua luta contra a degradação de terras e gestão sustentável de recursos naturais é de décadas. Em que estágio estamos dentro da meta de alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) até 2030, em especial no que diz respeito ao meio ambiente?

O planeta mergulhou nos últimos anos em um problema de saúde sanitária que determinou a geração de novas relações de troca. Com a impossibilidade de trânsito, com barreiras que tiveram que ser geradas entre os países e dentro dos próprios países. Essa pandemia nos levou a atrasar alguns objetivos que poderiam ter sido desenvolvidos. Toda a parte do financiamento, ligada ao desenvolvimento sustentável, se descontinuou. Começaram a aparecer outros problemas na agenda política e internacional a serem resolvidos. Somado a isso, surgiram crises políticas ou de conflito, como entre a Rússia e a Ucrânia. Isso mudou não só a situação de um conflito bélico às portas da Europa, mas também do ponto de vista da produção, dos mercados e segurança alimentar. São produtores de fertilizantes, de alimentos, exportadores mundiais, e isso também gerou consequências no desenvolvimento energético. A Rússia fechou fontes de abastecimento de energia à Europa. Tudo isso gerou grandes desequilíbrios. Apesar disso, temos o compromisso de avançar em cumprimento aos ODS. Há alguns que estão mais próximos do seu cumprimento, há alguns que têm mostrado progressos e outros, infelizmente, com retrocessos. Como profissionais, temos a responsabilidade de procurar o desenvolvimento sustentável, na segurança alimentar, no uso eficiente dos recursos, na ação pelo clima. Muitas são as atividades que estão sendo realizadas hoje para gerar sustentabilidade produtiva em países como Brasil, Argentina e muitos da América, que são produtores mundiais de alimentos, fibras e energia.

Quais os principais desafios para o equilíbrio entre urbano e rural?

A interface entre urbano e rural é um dos grandes desafios da profissão porque coexistem interesses diversos. O interesse de produzir em um espaço e tempo específico, com avanço e desenvolvimento da urbanização, onde se aproxima de populações nas quais exigem qualidade de ar adequada, uma proteção ambiental dos locais por onde transitam, o cuidado no uso e no manejo dos recursos, a tecnologia de insumos ou tecnologias de processos. A interface urbano-rural é hoje o grande debate das sociedades que estão ampliando espaços urbanos ao custo de terras rurais e aproximando a tomada de decisões no campo de lugares onde hoje existem colônias urbanas ou escolas, ou desenvolvimento de áreas turísticas, recreativas. Portanto, isso deve ser abordado com essa magnitude. Aí tem que funcionar todos os controles que a tecnologia e as regulamentações determinam. A velocidade de utilização das máquinas, o cuidado com os tratamentos fitossanitários dos produtos, a residualidade em cada uma das atividades e, acima de tudo, entender que é um ecossistema novo, que é uma interface e que, portanto, não apenas são executadas as técnicas de produção estritamente rurais, mas códigos de convivência urbana com atividades produtivas rurais. Isso deve ser entendido. A profissão tem que dar resultados e estar à altura da demanda que esses novos espaços geram.

Como avalia estes recentes episódios climáticos no Brasil, no RS, mas também em diferentes regiões do continente? O Uruguai há pouco sofreu com uma grave escassez de água. Como fica a produção de alimentos e qual a relação da agropecuária com esses fenômenos?

As variações climáticas extremas – como as vividas no Brasil, no Uruguai e também na Argentina – são algo que vamos conviver com maior frequência e intensidade. Portanto, esta realidade leva-nos a que tenhamos que trabalhar muito em todas as estratégias de adaptação às alterações climáticas. No caso da Agronomia, para identificar datas de plantio adequadas, espécies e variedades adequadas para exterminar a resistência à umidade ou à seca, indicar a maneira como deve ser feito o manejo integrado do cultivo, trabalhar a pós-colheita. Todas essas atividades têm que estar no centro da cena, porque se há algo que a produção nos países terá é variabilidade climática, com efeitos e eventos mais frequentes e mais intensos. Não é mais casualidade, já é uma questão que tem que aparecer nos planos públicos e privados como estratégias de adaptação. A América tem 40% da produção mundial de alimentos e energia, e consome 28%, portanto é uma potência. Não só produtora, mas exportadora de alimentos para outros continentes. É preciso colocar na agenda de interesse estratégico o impacto que a variabilidade climática irá gerar na produtividade. E isso tem que ter linhas de trabalho financiadas pelos setores público e privado, articuladas para lidar com a manutenção de boas práticas, com avançar na informação e na tecnologia adaptada para não perdermos produtividade e garantirmos a segurança alimentar no continente e no mundo, em um cenário de crescentes problemas ambientais, mas também de crescimento populacional.

Como a tecnologia e novos conhecimentos na área da Agronomia podem ser usados para garantir a sustentabilidade e o uso adequado do solo e recursos hídricos?

No quadro destes desequilíbrios, tudo o que é tecnologia de precisão – big data, inteligência artificial, monitoramento, previsão e prognóstico, avaliação de stress, adaptação de sementes a novas realidades –, todo este pacote tecnológico é um aliado que governos, produtores e profissionais agrícolas têm para identificar, monitorar, serem capazes de propor cenários de produção sustentáveis e estratégias de produção em uma relação solo-ar-planta muito variável, nos quais os efeitos das alterações climáticas impulsionam grandes transformações e grandes riscos para a produção. O pacote tecnológico que visa tomar a melhor decisão é hoje uma ferramenta indiscutível para poder manter os valores ou pelo menos as expectativas de produção como imaginamos hoje.

O RS e o Brasil têm visto um avanço de monoculturas (especialmente soja e milho) sobre áreas que antes produziam com mais diversidade. Como conciliar a produção em escala e a diversificação de lavouras e rebanhos?

É importante pensar em uma agricultura em grande escala, mas a monocultura nos torna mais vulneráveis. E isso deve ser dito. A diversidade nos fortalece, embora possamos ter estoques menores produzidos. Mas a monocultura sempre produz a mesma coisa, seja de espécies vegetais ou espécies lenhosas – árvores ou soja ou milho ou o que quer que seja –, a monocultura torna vulnerável quem a produz. Mesmo que possa ser muito rentável numa série temporal com referência a outras atividades diversificadas, torna a produção mais vulnerável e não mais forte. Se deixarmos o produtor sem qualquer paleta de opções, a rentabilidade pode estar numa lavoura por muito tempo e o produtor vai buscar essa rentabilidade para crescer, para gerar sua renda. Como a monocultura, isso nos deixa mais vulneráveis, não mais fortes. Os estados devem pensar nos incentivos para a diversificação, facilitar que isso aconteça. E aí, na cesta de produtos, existe a possibilidade de salvar alguns problemas do forte impacto das questões ambientais na produção, seja por indução ou por seca. Não é fácil programar isso, mas é um dever fazer. É mais fácil achar que determinada área é boa para uma lavoura e acabar fazendo só aquela lavoura. Isso acontece, mas também cria problemas. Como profissionais, devemos alertar e indicar que podemos tomar todos os cuidados necessários para desenvolver uma espécie ou uma monocultura ao longo do tempo. Temos a obrigação de dizer que isso gera vulnerabilidade, uma fragilidade que não precisa haver, que não poderia ter ocorrido numa diversificação produtiva.

Fonte: Satopel Press

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Leandro Mariani Mittmann

    Editor do portal A Granja Total Agro, jornalista formado pela Unisinos/RS, com MBA em Agronegócios pela Esalq/USP e especialização em Cultura Digital e Redes Sociais pela Unisinos.

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