A semana passada foi marcada por bastante oscilação da soja em Chicago.
O cenário ocorreu por três razões: a volta do “dólar soja” na Argentina; o menor uso de biocombustíveis nos EUA; e a maior oferta de óleo de girassol da Rússia e Ucrânia.
O contrato com vencimento em janeiro/2023 fechou a sexta-feira valendo US$ 14,40 o bushel (+0,49%).
E o contrato março/2023 encerrou em US$ 14,48 (+0,56%).
O “dólar soja” na Argentina, que estabelece uma taxa de câmbio específica para o complexo soja, voltou em 28 de novembro.
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Impulsionando a venda para as exportações da safra 2021/22.
De acordo com a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA), os produtores venderam volumes acima de 550 mil toneladas em um dia.
O volume representou aumento de aproximadamente 600% em relação à sexta-feira anterior, quando se negociou 78.303 toneladas.
Para Ruan Sene, analista da Grão Direto, maior plataforma de grãos da América Latina, a medida do governo argentino tem o objetivo de aumentar as reservas em moeda internacional no país.
As reservas caíram em meio às incertezas econômicas que o país vive.
Esse fato interfere diretamente no programa de exportação norte-americana, que consequentemente, prejudica as cotações de Chicago.
Mudanças nos óleos
Além disso, outro fator que influenciou as cotações foi o desconto do óleo de girassol.
Os maiores exportadores desse subproduto, Rússia e Ucrânia, reduziram agressivamente os preços para diminuir seus estoques.
Isso tende a aumentar a compra de óleo de girassol, em detrimento do óleo de soja, pressionando as cotações do grão.
Por fim, a Agência de Proteção Ambiental abordou a redução da expectativa do uso de óleo nos biocombustíveis nos Estados Unidos.
E isso resultou numa menor demanda pelo óleo de soja.
Assim, consequentemente, aumentou os estoques finais, indo em direção à equalização do déficit de oferta existente.
Plantio segue tranquilo
Em relação à safra 2022/23 na América do Sul, a semana foi de avanço no Brasil e na Argentina.
Apesar de instabilidades climáticas em algumas regiões.
No Brasil, o plantio atingiu 86,1%. O número, da Conab, é do dia 28.
Já a Argentina mostrou um avanço significativo alcançando 29,1%.
Porém, ainda bastante atrasado em relação à safra do ano passado.
Câmbio ruim
E o dólar finalizou a semana a R$ 5,22 (-3,61%).
Essa queda acentuada no dólar ocorreu, principalmente, por conta da melhora do cenário externo.
O banco central dos EUA afirmou que o ritmo das altas de juros no país poderá cair a partir da próxima reunião, no dia 14 de dezembro.
No cenário interno, as incertezas referentes ao déficit fiscal para o próximo ano ainda permanecem. Aguarda-se a votação do Congresso nesta semana.
Com a baixa expressiva do dólar somada à leve alta de Chicago, as quedas foram inevitáveis para a soja brasileira, em relação à semana anterior.
Expectativa por novos números
Nesta semana o relatório de vendas e exportações norte-americanas provavelmente vai confirmar que a soja argentina retirou compradores dos Estados Unidos.
E esta constatação poderá impactar Chicago negativamente.
Além disso, na sexta-feira haverá a divulgação do Relatório de Oferta e Demanda Mundial (WASDE).
O levantamento apresentará as expectativas para a próxima safra.
E vale ressaltar que as condições climáticas no Brasil estão avançando de acordo com o esperado
Há apenas alguns casos extremos e pontuais.
O clima na América do Sul vai continuar sendo um fator muito importante diante da evolução do plantio.
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) projeta chuvas volumosas para todo o Brasil, com exceção do Nordeste.
Já na Argentina, as precipitações poderão ser mais volumosas no cinturão produtor.
Contudo, de acordo com a Grão Direto, o relatório deve reportar problemas com a produção argentina.
Afinal, mesmo com chuvas, a quebra de produção já é aguardada.
E caso haja uma diminuição expressiva, Chicago deve responder valorizando as cotações.
O movimento de desvalorização da moeda americana no mercado internacional deve continuar.
Tal realidade deve ocorrer diante da expectativa otimista do mercado em relação à queda no ritmo de aumento da taxa de juros.
“Pec da Transição”
Contudo, haverá a votação da “Pec da Transição”. Isso deverá trazer bastante oscilação e poderá provocar instabilidades internas.
Caso ocorra, poderá pressionar a moeda americana contra o real.
Diante de todo esse cenário de incertezas, a semana poderá ser de recuperação nas cotações brasileiras.
E com uma possível valorização de Chicago.
Fonte: Grão Direto www.graodireto.com.br
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