Em 2021 as expectativas para as exportações brasileiras de carne bovina eram otimistas, devido à importação chinesa. Até setembro o volume embarcado esteve firme e em patamares elevados, porém com a confirmação dos dois casos atípicos de “vaca louca” e a suspensão da exportação a partir de setembro de 2021, o desempenho caiu.
De setembro a outubro, os embarques baixaram em 56%, saindo de 187 mil para 82,2 mil toneladas de carne bovina in natura. Em dezembro o cenário foi de indústrias ativas e ávidas por boiadas, com o anúncio da retomada da exportação para a China. Os dados são da Scot Consultoria.
Figura 1. Exportações brasileiras de carne bovina fresca, refrigerada ou congelada, por mês, ao longo de 2021, em mil toneladas.
Fonte: MDIC / Elaboração: Scot Consultoria
No entanto, o desempenho em dezembro não foi suficiente para compensar as perdas advindas da suspensão. No acumulado de 2021, o volume exportado foi de 1,56 milhão de toneladas de carne bovina in natura. Ou seja, resultado 9,5% menor do que em 2020.
Apesar da queda em volume, o faturamento de US$7,97 bilhões superou em 7% o de 2020, cuja cifra foi de US$ 7,45 bilhões.
Relação por países
Sendo a China a principal importadora de carne bovina brasileira, a suspensão foi sentida. O volume destinado aos chineses até setembro correspondia a 56% do volume da carne bovina in natura embarcada pelo Brasil.
Apesar do anúncio da retomada em dezembro, o incremento não foi significativo e o desempenho do mês foi motivado por outros parceiros comerciais.
Figura 2. Participação da China nas exportações brasileiras de carne bovina in natura, por mês, ao longo de 2021, em mil toneladas.
Fonte: MDIC / Elaboração: Scot Consultoria
Em 2021, com relação ao faturamento, destacam-se a China (49%), Hong Kong (7,4%), Chile (7,1%), Estados Unidos (5,8%) e Egito (3,4%). Mas, especificamente em dezembro, o volume da exportação brasileira foi principalmente para os Estados Unidos e Egito.
Figura 3. Volume, em mil toneladas, de carne bovina in natura exportada em dezembro/21 para Estados Unidos, Egito, Chile, Hong Kong e China.
Fonte: MDIC / Elaboração: Scot Consultoria
Em relação a novembro, o Egito aumentou em 331% o volume importado. Saiu de 4,1 mil toneladas para 17,7 mil toneladas em dezembro.
Já para os Estados Unidos, o incremento foi de 94%. Saindo de 12,9 mil toneladas em novembro para 25,1 mil toneladas em dezembro.
2022
Para este ano, a expectativa é que a participação brasileira nas importações chinesas de carne continue. Mantida a política cambial, a exportação de carne deve apresentar bom desempenho em 2022.