Nesta segunda-feira, 27, começaram os carregamentos no RS para o embarque de gado vivo com destino ao Egito. Segundo a auditora fiscal federal agropecuária Soraya Elias Marredo, o embarque ao navio se inicia nesta terça. “Foi autorizada a quarentena para 11.987 animais. Depois, foram testados. Se algum for positivado ou considerado inapto pelo comprador, fica.”
Bem-estar
Soraya, que é lotada no Serviço de Insumos e Sanidade Agropecuária (Sisa), atua no Trânsito Internacional de Produtos e Subprodutos de Origem Animal. Ela explica que todos os cuidados com o bem-estar do gado são observados e cobrados tanto do produtor brasileiro quanto do importador.
“A nossa legislação prevê o número de animais que cabem em determinados navios, no transporte viário, na fazenda, por exemplo. Dentro da embarcação, as baias são dimensionadas de forma que atendam às exigências de ventilação, espaço mínimo, alimentação e água.”
Soraya afirma que os animais são de excelente qualidade. “E queremos entregá-los em boas condições ao importador.”
Manifestações
Protestos contra o embarque foram organizados para essa semana. Dia 28, das 11h às 14h, será em Porto Alegre, em frente ao Palácio Piratini. Dia 29, das 11h às 14h, no Largo Dr. Pio; e das 17h às 19h, no Porto, em Rio Grande. Soraya afirma que, nessas manifestações, há muita paixão e desinformação sobre o assunto.
De acordo com a auditora, os servidores públicos têm a função de avaliar as etapas para que se cumpra a legislação. “Acredito que esses movimentos não atrapalhem o embarque. São só manifestações e as pessoas têm direito de fazê-las. Pena que muitos fatos sejam distorcidos. Assim, as pessoas criam uma ideia equivocada de como o gado é transportado”, diz.
Mercado
Soraya explica que a exportação de animais vivos é uma opção de mercado que o produtor tem. “Ele vende para quem quiser. Particularmente, acho que as pessoas têm opções e fazem o que bem entendem. No entanto, tudo o que passar por nós terá de estar dentro da lei. Vamos orientar para que seja feito corretamente.”
Ela compara o estresse do gado que viaja ao do cachorro que precisa embarcar em avião. “Não é difícil viajar com um cão na gaiola? É.” Mas, segundo ela, muitas vezes, faz-se necessário. “No caso dos bovinos, o navio é preparado para as necessidades deles.”