O mês de julho foi extremamente significativo para as exportações brasileiras de soja, com potencial para atingir um volume histórico acima de 10,5 milhões de toneladas.
Esse valor superaria o número expressivo alcançado em julho de 2018, de 10,2 milhões.
No acumulado de janeiro a julho, o país alcançará patamares próximos a 75 milhões de toneladas, estabelecendo também um novo marco histórico para o período.
Apesar do ritmo de exportação tender a diminuir nos próximos meses, o país ainda tem a possibilidade de alcançar cerca de 100 milhões de toneladas até o fim do ano.
A avaliação é da plataforma Grão Direto.
Para isso, será necessário exportar uma média superior a 5 milhões de toneladas nestes próximos quatro meses.
Exportações americanas caem
O ano-safra norte-americano termina no final de agosto, e deverá consolidar uma queda de embarques de aproximadamente 14% em relação à safra passada, ou seja, deve cair de 52,8 milhões para 46,2 milhões de toneladas.
O Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) até projeta um crescimento de 8% em relação a essa safra.
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Mas já há uma série de desconfianças e especulações do mercado diante do cenário atual de baixa demanda pela soja da safra 2024/25.
Os níveis atuais de Chicago são atraentes para uma demanda mais agressiva pela soja norte-americana, considerando a limitação brasileira nos próximos meses em favor do milho.
Chicago e o clima nos EUA
O cenário climático favorável e lavouras em boas condições de desenvolvimento nos Estados Unidos continuaram pressionando as cotações de Chicago na semana passada.
Já no Brasil os prêmios para execuções curtas continuaram elevados (MG/GO/SP – Santos com prêmios de 110 a 150 cents de dólares/bushel), oferecendo boas oportunidades de negociações, mesmo com a cotação da soja em Chicago trabalhando nas mínimas do ano.
E o dólar ganhou força, rompendo na semana passada o patamar dos R$ 5,70 (máxima de 2024) e chegando próximo a região dos R$ 5,80, valores que foram praticados pela última vez no início de 2021.
Em Chicago, o contrato de soja para agosto de 2024 fechou a semana passada em US$ 10,29 por bushel, uma queda expressiva de 4,01%.
No mercado físico brasileiro, houve movimentos positivos, contrários à tendência de Chicago.
Essa alta foi puxada pelo prêmio e pelo dólar, que subiu 0,88% ao longo da semana.
O contrato com vencimento em março de 2025 também encerrou a semana com queda de 1,30%, a U$ 10,60 o bushel.
E o contrato de novembro em Chicago caiu para seu menor valor desde outubro de 2020, cotado abaixo de US$ 10,15/bushel, devido ao bom andamento da safra americana que aumentará a oferta global.
O patamar dos US$ 10,15/bushel é um ponto relevante que poderá atuar como suporte técnico.
Caso o grão perca a mínima novamente, os pontos de atenção serão os US$ 10,00 e depois US$ 9,45.
Em um cenário positivo, com a soja ganhando força durante esta semana e superando os US$ 10,50 os próximos alvos para a semana no contrato novembro estarão na faixa dos US$ 10,85 e US$ 11,27.
Com base nos fatores avaliados, as cotações da soja podem começar a esboçar uma reação positiva, avalia a Grão Direto.
A moeda norte-americana poderá ter uma semana de leves quedas, mas ainda deve se manter em níveis elevados.
Além disso, os prêmios tendem a continuar atrativos.
Assim, a soja brasileira poderá experimentar uma semana de valorização.
Fonte: Grão Direto