O excesso de chuvas neste final de ano e a ajuda aos pequenos produtores da região Central do Rio Grande do Sul, que não chegou até a ponta da cadeia, sinalizam possível redução de área plantada.
O alerta é da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), ontem, 10. Conforme a entidade, 31% da área ainda não foi plantada naquela região.
O presidente da Federarroz, Alexandre Velho, destacou que o ano foi de muitos desafios, decorrentes não só do clima e da comercialização, mas também da interferência do Governo Federal.
Velho também afirmou que o reflexo das enchentes, após dois anos de seca, será visto na colheita, inclusive da soja, pelos produtores que trabalham com as duas culturas.
“É preciso manter altas produtividades, e tenho indicativos claros de que, nesta safra, possivelmente teremos aumentos no custo de produção em função da recuperação estrutural das propriedades, com canais de irrigação, sistema de drenagem, estruturas de armazenamento”, explicou.
Recuperação de solos
Ele ressaltou que, na região Central, por exemplo, os produtores precisam recuperar o solo, onde houve muita erosão, e que esses pequenos produtores não foram atendidos pelas ajudas governamentais.
“Os valores não chegaram na ponta”, justificou.
Em relação à área plantada, a pouca luminosidade em razão das chuvas, principalmente neste fim de ano, foi abordada pela Federarroz.
A entidade repercutiu os números anunciados pelo Instituto Riograndense de Arroz (Irga), que contabilizou, até 5 de dezembro, que faltam plantar 5% do total previsto para o RS, sendo que na região Central ainda faltam 40 mil hectares (31%).
“Isso mostra que os problemas não foram resolvidos e o indicativo é de que não se confirme os 948 mil hectares de lavoura plantada, conforme anunciado pelo Irga”, lembrou.
“Além disso, temos uma lavoura muito complicada no que diz respeito ao manejo de plantas invasoras, aplicação de uréia e posteriormente a irrigação, pois as chuvas têm atrasado muito o trabalho”, complementou Velho.
Ele ressaltou o risco de baixa produtividade em relação ao esperado.
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Preços
No que se refere a preços, o presidente da Federarroz se mostrou preocupado.
“Penso que o Governo fez um movimento desnecessário em lançar contratos de opção com sinalização muito baixa de preço, o que traz uma expectativa de preços abaixo do custo de produção”, apontou Alexandre Velho.
Hoje, o custo do arroz irrigado varia entre R$ 90,00 e R$ 100,00 a saca, conforme as regiões.
O dirigente comentou que, o preço sugerido pelo Governo fica para agosto de 2025 em torno de R$ 87,00. “Porém com a antecipação para março, o preço fica próximo a R$ 80,00, valor que não paga o custo de produção”, explicou o presidente.
Fonte: Federarroz