A Expointer é uma grande chance de negócios para os criadores, mas, sobretudo na fase pós-feira, depois de mostrar no evento o melhor de seus animais.
E ainda uma oportunidade de mostrar in loco aos visitantes urbanos, que são os consumidores dos produtos do agro, a qualidade de tudo o que é produzido no campo.
Estas são as considerações de Marcos Tang, presidente da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça (Febrac) e também da Associação dos Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando), na entrevista exclusiva ao programa A Granja na TV, da Ulbra TV, de segunda-feira, 19.
Tang ressaltou que a feira ocorre após três para quatro anos de estiagem no Rio Grande do Sul, estado que foi ainda atingido por uma enchente sem precedentes, o que provocou muitas dificuldades aos criadores na geração de alimentos para os seus animais.
“Dificuldade significa aumento de custo de produção, do quilo da carne, do quilo do leite, porque foi difícil para nós produzirmos alimentos para esta nossa criação”, avalia.
E acrescenta que no caso dos produtores de leite, a remuneração tem sido baixa – “e eu sei bem o que estou falando”.
Mesmo assim, há alegria pelo bom volume de inscrições de expositores e de animais nesta edição da Expointer, praticamente o mesmo número do ano passado.
Investimentos mantidos
“Porque o produtor, o criador que continua na atividade ele está fazendo o seu melhor e não é porque teve estas condições climáticas que ele deixou de investir em melhoramento, em genética e ele precisa mostrar este aprimoramento que ele fez no seu gado”, justifica Tang.
Segundo o dirigente, o produtor “gosta de mostrar, de conviver, de compartilhar com os demais e com o grande público regional, estadual, nacional e, por que não, mundial”.
Tang lembra que para muitos a Expointer é o “supermercado da genética”.
“Eu digo que ali é a grande demonstração do que há de melhor nas diferentes raças”, acrescenta.
Segundo ele, na feira ocorre o desfile nas pistas e muita pujança.
“O produtor foi selecionando, se especializando, corrigindo defeitos, produzindo melhores animais do ponto de vista funcional como equinos e cães para a atividade”, descreve.
“Na produção leiteira, carcaça em gado de corte, morfologia correta, animais que se locomovem melhor e podem viver mais tempo, como reprodutores, matrizes leiteiras”, avalia.
“E onde ele vai mostrar isso? Na Expointer, nas provas funcionais e nas provas morfológicas”, esclarece.
Negócios
Tang lembra que na feira de Esteio é a oportunidade de comprar um reprodutor ou uma matriz diferenciada para dar um upgrade na sua criação.
Mas é muitas vezes o marketing daquela cabanha, granja, propriedade pós-Expointer, e sou exemplo disso. Tem-se uma enormidade de contatos e também de visitas que querem ver o teu rebanho, a tua produção. E ali se firmam os negócios, não necessariamente ele acontece ali na Expointer com aquela matriz, com aquele reprodutor ali exposto, mas sim um contato que a granja, a fazenda faz com outros.
Marcos Tang, presidente da Febrac e da Gadolando
“Esse contato, esse intercâmbio funciona muito bem durante o ano. Então, é sim um marketing. Todo mundo tem lá um cartaz, uma faixa e um celular”, conta.
E depois o interessado mantém contato “…passei no seu corredor, vi seus animais, gostei bastante, fiz uma foto, estou entrado em contato, tem uma matriz, como funciona?”…
“Falo sempre que a Expointer é um encontro dos que gostam da mesma coisa”, acrescenta.
“Eu falo: nenhum criador sabe tanto que não possa aprender um pouco mais com um outro; e nem um é tão pouco capaz que não faça alguma coisa melhor do que tu faz”, avalia.
Mais sobre a feira em Expointer já tem animais, como os ovinos da raça Texel
Contato consumidor
“Então, eu valorizo demais aquela conversa, sentados nos fardos de feno, naqueles baús. Estas trocas são muito importantes e são ampliadas numa Expointer. E também acontecem entre o criador, produtor e o público urbano, o nosso consumidor”, ressalta.
Para ele, é importante esclarecer, “porque tem muitos fakes falando de agro”.
“Que nós criadores, protagonistas do agro, falemos diretamente olho no olho com o nosso consumidor, é uma excelente oportunidade, com educação, com jeito, para ele ver eu estamos produzindo no árduo suor do nosso trabalho, mas com amor e com afinco um produto com enorme segurança alimentar e com enorme qualidade. Ele pode ver isso in loco, é um diálogo entre consumidor e produtor. É uma grande oportunidade de fazer isso”, destaca.
A entrevista completa no link abaixo. E mais informações sobre o agro no programa A Granja na TV, diariamente às 17h30min e com reprise às 7h30min do dia seguinte na Ulbra TV.
