Responsável por mais de 95% do faturamento da Expointer, o setor de máquinas e equipamentos, que ocupa uma das maiores áreas do parque Assis Brasil.
O local reúne cerca de 130 empresas, a mesma quantidade da edição anterior, muitas delas com sede no Rio Grande do Sul, estado que concentra 70% da produção do segmento no país.
A grandiosidade das máquinas expostas, cada vez mais equipadas com inovações tecnológicas, atraiu a atenção dos visitantes.
Momento de retomada
O setor de máquinas e equipamentos foi duramente afetado pelas enchentes no estado.
Em maio, no auge das inundações, a indústria metal-mecânica, que baliza a capacidade de produção do setor, registrou uma queda de 44% nas vendas – uma perda superior a R$ 3 bilhões em relação a abril.
Na Expointer, porém, o presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no RS (Simers), Claudio Bier, enxerga uma oportunidade de recuperação.
“As indústrias estão com boas expectativas de vendas, e nossa meta é atingir, pelo menos, os mesmos números da última edição, apesar dos juros elevados e dos estoques nas revendas”, pondera Bier, que também é presidente da Federação das Indústria do Rio Grande do Sul (Fiergs).
Impulso
Para o secretário da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Clair Kuhn, a feira pode ser um impulso para a retomada das vendas em um setor fundamental para a expansão produtiva.
“A realização da Expointer neste ano nasceu desse entendimento unânime entre as entidades da necessidade de a feira ocorrer neste contexto, como ponto de partida para a retomada econômica do Rio Grande do Sul”, destaca o secretário.
“O setor de máquinas e implementos agrícolas é extremamente importante e as expectativas são grandes para esta edição, mas estamos cientes das dificuldades que nossos produtores vêm enfrentando”, destaca.
Mais sobre a feira em Começa a 47ª Expointer: veja a programação com mais de 500 atrações
Líder na produção de máquinas e implementos agrícolas no Brasil, o Rio Grande do Sul concentra cerca de 65% das indústrias do segmento. O setor ainda gera mais de 29 mil empregos diretos e outros 100 mil indiretos no estado.
Precisão dos drones
Destaque na agricultura de precisão, os drones para pulverização de defensivos e semeadura estão entre as principais inovações.
A novidade desta edição da feira é a instalação de repetidores de sinal nos equipamentos, ferramenta que aumenta a precisão na aplicação dos insumos.
Com a evolução, especialistas estimam uma margem de erro de até 5 centímetros no local da aplicação – antes, a chance de equívoco podia chegar a 5 metros em alguns casos.
Utilizados em culturas como soja, milho e arroz, os drones também proporcionam um ganho de tempo na aplicação de insumos e aumentam a produtividade no campo.
Os novos modelos, que ganharam mais estabilidade de voo com o aumento do número de hélices, evitam o amassamento das plantações, um problema comum em cultivos estreitos quando se utiliza a aplicação mecanizada.
Uma das inovações lançadas nesta edição da Expointer é um implemento agrícola que combina as operações de manejo do solo e semeadura, atividades tradicionalmente realizadas de forma separada.
Acoplados ao trator, os rolos podem ser instalados na frente e na traseira do veículo, o que permite a realização simultânea das duas tarefas, reduzindo o tempo de execução.
Além de aumentar a produtividade, a inovação, utilizada principalmente em lavouras de sementes de inverno, como trigo, diminui o custo operacional das propriedades rurais.
Outra novidade, voltada para a pecuária, é o tanque para manejo de dejetos de animais, que são usados como adubo orgânico no plantio de alimentos para o rebanho.
A inovação apresentada na feira é a automatização do carregamento do tanque, que antes era feito manualmente. Agora, o operador pode executar todo o serviço diretamente da cabine, o que eleva a produtividade da operação em até 15%.
Na prática, isso representa quatro carregamentos diários a mais de adubo orgânico, que é um insumo mais competitivo em relação às opções químicas. Além da automatização, o tanque teve sua capacidade de armazenamento ampliada para 20 mil litros.
Fonte: Seapi