No acumulado do ano, embarques chegam a 11,1 milhões de sacas e geram receita cambial de US$ 2,4 bilhões
Os embarques nacionais do produto somaram 2,722 milhões de sacas de 60 kg em abril, volume que implica queda de 10,3% na comparação com os 3,034 milhões registrados no mesmo mês de 2022. Com preço médio de US$ 222,08 por saca, a receita cambial foi de US$ 604,5 milhões, recuando 16,9% no mesmo intervalo comparativo.
No acumulado dos 10 primeiros meses do ano safra 2022/23, as remessas de café do Brasil ao exterior somam 30,495 milhões de sacas, que renderam US$ 6,993 bilhões ao país. O desempenho representa declínio de 9,1% em volume, mas evolução de 4,6% em receita frente aos números aferidos entre julho de 2021 e abril do ano passado.
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ANO CIVIL
De janeiro ao fim de abril de 2023, o Brasil exportou 11,097 milhões de sacas, apresentando queda de 19,9% ante os 13,857 milhões de sacas no acumulado dos quatro primeiros meses do ano passado. Em valores, o declínio é de 25%, com os embarques atuais tendo rendido US$ 2,405 bilhões, contra os US$ 3,206 bilhões no mesmo período antecedente.
O presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, aponta que, apesar do desempenho negativo até o momento, no geral, as perspectivas futuras são boas.
“No mercado físico, tem se observado um aumento de liquidez nas ofertas de arábica da safra corrente por parte dos produtores, que, obviamente, já se preparam para a colheita”, analisa.
Ele cita que os compradores, que postergaram ao máximo suas compras, têm mostrado um interesse maior, principalmente para esses cafés da temporada atual, o que pode resultar em volumes melhores para embarques em maio e junho.
“Para a safra nova, também vemos expectativas positivas, tendo em vista as boas condições das lavouras e o interesse comprador por parte dos países importadores”, completa.
Quanto aos cafés robusta e conilon brasileiros, favorecidos pela alta substancial na Bolsa de Londres e por seguidos anos de safras com boa produção, Ferreira anota que eles têm atingido diferenciais de preços próximos aos do Vietnã.
“Esse cenário pode, depois de um longo período, permitir aumento nos negócios com o mercado externo e, consequentemente, ampliar o volume nas exportações da variedade”, comenta.
De acordo com o presidente do Cecafé, tanto para o arábica, quanto ao conilon, o dólar menos valorizado frente ao real impacta negativamente nos preços em reais, mas, ainda assim, toda a conjuntura de mercado é favorável.
“Estamos nos aproximando do período de inverno, o que, obviamente, requer maior cautela de todos os players. Entretanto, ao que tudo indica, sem a ocorrência de acidentes climáticos, caminhamos para uma recuperação da produção de arábica, tão afetada nos últimos dois anos”, projeta.
Além disso, Ferreira menciona que, embora invertida até o vencimento dez/23, a Bolsa de Nova York indica que começa a entrar, ainda que lentamente, em cenário positivo a partir do contrato mar/24, o que é favorável para o trade em geral.
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“Se confirmado esse direcionamento, ele deve possibilitar, em mais alguns meses, uma melhor remuneração ao produtor nas vendas para entregas futuras”, analisa.
Finalizando, ele argumenta que, ao atender aos mais diversos e exigentes mercado, com organização e eficiência, o setor exportador proporciona liquidez competitiva para a safra brasileira.
“Conforme os índices IPEP-Arábica e IPEP-Conilon calculados pelo Cecafé, o Brasil é recordista na transferência de preço (Free on Board) FOB da exportação ao produtor, o que significa renda sustentável e vida digna na cafeicultura nacional”, conclui.
Informações da Cecafe