Com a presença das principais autoridades do agro gaúcho e brasileiro, a Expodireto Cotrijal abriu os portões nesta segunda–feira e realizou a abertura solene. Realizada em Não-me-Toque, na região Noroeste do Rio Grande do Sul, a feira é uma referência em tecnologia e política. Este ano, a expectativa é otimista e o faturamento, conforme os organizadores deve superar o valor comercializado na última edição, que foi de R$ 4,9 bi com a presença de mais de 260 mil pessoas.
Os quase seiscentos expositores levam para a Expodireto os principais lançamentos em máquinas e equipamentos e também as novidades em startups, inteligência artificial, e outras ferramentas que cada vez mais vão estar presentes na vida e no dia a dia do produtor rural.
Os discursos de abertura, que sempre são esperados pelos produtores gaúchos trouxeram antes de tudo um pedido do presidente da Cotrijal, Nei Manica, para que o estado receba um olhar especial dos governantes, em especial por conta da estiagem que castiga o estado pela terceira vez em quatro anos. “O Rio Grande do Sul tem que ser olhado, e tem que ser dada a sustentação ao produtor, com recursos, com alongamento e com projetos”, disse o presidente. Manica também falou sobre a legislação sobre reservação de água e irrigação, e pediu aos parlamentares melhorarem as leis sobre o tema. Manica terminou o discurso fazendo uma defesa ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro. “Precisamos fortalecer o ministro, pois ele é o nosso porta-voz. Ele tem um legado no agro brasileiro e ele vai nos defender. Vamos apoiá-lo.”
Na linha política, o deputado federal Covatti Filho, disse que a bandeira da agricultura une a bancada gaúcha na Câmara dos Deputados. “Devemos ter toda a responsabilidade de levar cada vez mais algumas bandeiras que hoje entram de forma ideológica na Câmara dos Deputados, de forma que possam contribuir para o Brasil.”
Fávaro começou logo com uma mensagem política, dizendo que o Governo Federal recebe de portas abertas “todos aqueles homens e mulheres que querem o bem do Brasil”. Fávaro falou sobre a retomada das linhas de crédito para investimento e criticou as altas taxas de juros no país. “Convido a todos para fazer eco junto ao presidente do Banco Central”, pontuou Fávaro, defendendo o nível da inflação no país e as medidas do ministro Haddad, da Fazenda.
No encerramento do discurso, Fávaro tocou em um ponto sensível para o empresário do campo: a questão agrária. Ao defender o trabalho realizado nos assentamentos da “reforma agrária do MST”, o ministro disse que é preciso acabar com o preconceito com esses produtores. E, falando em nome do presidente Lula, disse que “em hipótese alguma a invasão de terras produtivas será admitida”.
Citando a prisão de um “dissidente do MST”, Fávaro salientou que quem quiser tomar atitudes radicais sofrerá os rigores da lei. “O direito à propriedade é legitimo”, finalizou.
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