O relatório de Oferta e Demanda apresentado pelo USDA na semana passada mostrou um aumento na área plantada para 33,83 milhões de hectares nos Estados Unidos.
E uma produção abaixo das expectativas de mercado, sendo 112,43 milhões de toneladas.
E também houve deterioração das condições das plantações americanas, evidenciando impactos do clima quente e seco.
Ainda no exterior, na Argentina, após incentivo do governo, as vendas de soja locais dispararam. China foi o principal comprador.
Por aqui, vários estados finalizaram na semana passada o período referente ao vazio sanitário da soja.
E devem seguir ou iniciar o plantio, principalmente em áreas irrigadas, onde o risco climático é mitigado.
Dólar caiu
E a moeda teve uma semana instável devido a dados de inflação e otimismo econômico na China.
No final, caiu 2,21% e foi cotado a R$ 4,87 na sexta.
Em Chicago, o contrato de soja para setembro/23 venceu no último dia 15, finalizando a semana com desvalorização, cotado a US$ 13,38 o bushel (-1,91%).
E o contrato com vencimento para março/24 encerrou a semana a U$ 13,63 (-1,59%).
Diante desse cenário, a soja brasileira teve na semana passada leve desvalorização em relação à semana anterior.
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Condições climáticas
De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a esta semana será marcada por altas temperaturas pelo território brasileiro chegando a máximas acima de 35°C em algumas regiões, mas com previsão de precipitações principalmente nas regiões oeste e sul.
Nos Estados Unidos, segundo o Departamento de Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (Nooa), será uma semana com altas temperaturas nas principais regiões produtoras.
Com exceção do oeste que apresentará temperaturas mais amenas, e previsão de precipitação nas regiões central, norte e parte do leste do país.
Esse cenário poderá contribuir com a evolução da colheita.
Taxas de juros
Nesta semana ocorrem tanto a reunião do FED (dia 20), nos EUA, quanto do Copom (dias 19 e 20).
Os bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos irão decidir sobre as taxas de juros.
Há uma expectativa de que a instituição americana faça a manutenção em virtude dos indicadores macroeconômicos.
E que no Brasil seja reduzida a taxa de juros em 0,5 ponto percentual.
Petróleo em alta
Os cortes de produção da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+) têm pressionado as cotações de petróleo.
Como a commodity energética participa direto ou indiretamente de várias cadeias produtivas, isso deve impactar no custo final de produção.
E a moeda americana terá uma semana de muita oscilação, principalmente após a divulgação de dados econômicos de inflação, incentivos econômicos chineses, além da pressão pela alta do petróleo e a reunião do banco central que ocorrerá na quarta.
Diante disso, o dólar poderá apresentar uma tendência de queda, mas ainda se mantendo resistente frente a possíveis aumentos nas taxas de juros.
Perante os fatos apresentados, a soja em Chicago poderá apresentar uma semana negativa.
E o mercado físico brasileiro poderá seguir a mesma tendência, porém com os futuros sofrendo pressão de baixa.
Fonte: Grão Direto