O rebanho bovino gaúcho, a partir de agora, está amparado se houver ocorrência de focos de febre aftosa. O primeiro seguro de pecuária contra a doença – no mundo – foi assinado nesta segunda-feira. A ação foi na sede da Federação da Agricultura do RS, em Porto Alegre.
Valores
Com a assinatura, o produtor gaúcho está protegido para os casos da doença em que tenha necessidade de indenização por abate sanitário. O valor do prêmio (que o Fundesa pagará anualmente à seguradora) é de R$ 3,98 milhões. Já a franquia é de R$ 15 milhões e o valor segurado, além da franquia é de R$ 300 milhões de reais.
O cálculo para o valor do contrato levou em conta diversos fatores como o geoeferenciamento de propriedades. Além disso, a qualidade do trabalho de defesa agropecuária realizado no Estado também foi ponto importante. A afirmação é do representante da seguradora Fairfax, Ricardo Sassi.
Produtor
Já o presidente da Farsul, Gedeão Pereira, destacou a importância da percepção do pecuarista para comunicar qualquer suspeita de doença. “O seguro vai contribuir para que o produtor, que é o primeiro fiscal, tenha o conforto necessário de agir com rapidez para chamar a autoridade sanitária”, afirmou. Segundo ele, a ação é fundamental, pois a preocupação com a retirada da vacina era de que houvesse uma catástrofe no caso de aparecimento da doença.
“Com o seguro, haverá velocidade de ações no controle. O produtor agora, não saírá quebrado de uma situação dessas, pois terá um fundo robusto que vai garantir a sua sobrevivência.”
Gedeão Pereira
Estrutura
O presidente do Fundesa, Rogério Kerber, falou sobre as mudanças de cenário desde 2001 quando houve o último foco no estado. “É uma condição totalmente diferente a que temos hoje. Agora, há um serviço veterinário oficial preparado e estrutura para um rápido diagnóstico e ação para a contenção de eventuais focos”. Kerber pontuou também que o setor tem o desafio de conscientizar o produtor sobre a importância de notificação de suspeitas e de controle de ingresso de pessoas, veículos e animais nas propriedades.
“A assinatura deste documento traz mais segurança, mas não dispensa a responsabilidade de todos nós. E principalmente do produtor, que é o elo da cadeia que deve observar qualquer situação de anormalidade e tomar medidas com a maior severidade.”
Rogério Kerber