A “tokenização” que é termo já conhecido em esportes, artes e outros meios, chega no agro com força ao prometer a transformação dos grãos – armazenados ou ainda na lavoura – em ativos digitais. A novidade chegou ao Brasil com a startup argentina Agrotoken e está na Expodireto já com possibilidade de realização de negócios.
Conforme o diretor da empresa, Anderson Nacaxe, a tecnologia permite usar os grãos digitais “para comprar um trator em uma feira como a Expodireto, ou mesmo um cafezinho na padaria da esquina”. Dentro da cadeia do agro, a ferramenta pode ser utilizada por produtores – para converter os grãos em digitais e trocar por produtos ou serviços, por comerciantes – que podem aceitar Agrotokens como pagamento e, em breve, por investidores, que já apostam em criptoativos.
Conforme o diretor da empresa, as transações ocorrem por meio da tecnologia blockchain e toda a negociação é feita com segurança. “O produtor, junto com o comprador parceiro, cria provas de existência deste grão e com isso é criado um ativo digital.” O valor utilizado na conversão está atrelado ao preço da soja, milho e trigo.
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Vinculados à origem da emissão do ativo físico, os agrotokens são lastreados em ativos reais, ao contrário dos NFTs. Isso significa que têm valor idêntico em todo o território nacional, independentemente de onde e por quem foram emitidos, conforme preço indexado em índices como Esalq, CEPEA/B3, Argus e Platt, paridade que a torna uma stable coin, ou seja, moeda de baixa volatilidade.
A primeira transação em ‘grãos digitais’ para aquisição de um maquinário agrícola ocorreu recentemente, durante a primeira feira do calendário agrícola, em Cascavel, Paraná.