A não renovação do Acordo do Mar Negro influenciou a soja na semana passada em Chicago. Por conta da representatividade da Rússia e Ucrânia na produção de óleo de girassol (em torno de 50%), a limitação de exportação deste produto poderá resultar na migração de demanda para o óleo de soja, que, consequentemente, impactou as cotações de soja.
Nas lavouras americanas, a seca continuou regredindo no Meio-Oeste. Na quinta-feira, dia 20, o Centro Nacional de Mitigação da Seca apresentou uma redução de 7% na seca dos estados produtores de milho, indo para 50%. Apesar do clima favorável, o mercado direcionou as atenções para as previsões futuras, que são preocupantes.
Dólar em queda
Diante de uma semana de agenda econômica vazia no Brasil, o cenário externo foi o principal direcionador da moeda norte-americana, entre eles, a redução da inflação no Reino Unido. Diante disso, a moeda finalizou a semana sendo cotada em R$ 4,78 (-0,42%).
Em Chicago, o contrato de soja com vencimento para agosto/23 finalizou a semana com valorização, sendo cotado a US$ 15,00 o bushel (+1,15%). E o contrato com vencimento para março/24 encerrou a US$ 13,96 o bushel (+2,12%).
Diante desse cenário, a soja brasileira apresentou leves valorizações, em algumas regiões.
Previsão climática
Para os Estados Unidos, segundo a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA), a previsão climática para a esta semana é de alta probabilidade de temperaturas mais elevadas, principalmente nas regiões produtoras do país, enquanto que a previsão de precipitação está mais concentrada ao norte do país, abrangendo algumas regiões produtoras.
Exportações brasileiras
E o Brasil, até o momento, vem se mostrando bastante favorável à exportação de soja. Conforme dados do Secex, em julho as exportações estarão acima de 10 milhões de toneladas, podendo apresentar o maior acumulado mensal dos últimos cinco anos.
Já as exportações norte-americanas deverão continuar em ritmo lento até a chegada da colheita, conforme última atualização de exportações pelo USDA, que trouxe uma queda de 43% em relação à média de 4 semanas do ano passado.
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China continuará comprando aqui
A China vem aproveitando a grande safra de soja brasileira e os preços atraentes para suprir sua demanda, principalmente a curto prazo (agosto e setembro). A colheita da safra norte-americana poderá migrar o interesse da China, caso tenha preços mais competitivos.
Decisão de juros nos EUA
No próximo dia 26 ocorre a reunião do Banco Central dos Estados Unidos, que vai decidir o rumo das taxas de juros no país. As expectativas são de aumentos cautelosos de 0,25%, em virtude da inflação ainda se apresentar agressiva e a economia se mostrar em desaquecimento, após geração de empregos vir abaixo das expectativas.
Dólar em queda
Nesta semana, o dólar poderá manter sua tendência de queda. Com o possível aumento das taxas de juros americanas, fortalecerá os temores de recessão, deixando o Brasil mais atrativo para investimentos estrangeiros.
Perante os fatos apresentados, a soja em Chicago poderá apresentar uma semana positiva, resultando em valorização dos preços no mercado interno brasileiro.
Fonte: Grão Direto www.graodireto.com.br