O mercado de arroz segue travado, com um impasse que se prolonga há semanas.
“A média da saca gaúcha está próxima dos R$ 120,00, enquanto as indústrias enfrentam dificuldades crescentes em repassar o aumento dos custos da matéria-prima ao varejo”, explica o consultor e analista de Safras & Mercado Evandro Oliveira.
“Esta situação é agravada por um consumo enfraquecido e uma forte sensibilidade dos consumidores aos preços”, acrescenta.
O varejo, por sua vez, temendo a total estagnação nas vendas, resiste a aplicar ajustes nos preços, o que gera uma tensão crescente no setor.
A Federação das Associações de Arrozeiros do Estado do Rio Grande do Sul (Federarroz) emitiu uma nota, por meio do presidente Alexandre Velho, ressaltando a importância de manter os acordos firmados no primeiro semestre e evitar novas turbulências.
A entidade reforça a necessidade de a classe orizícola demonstrar organização para manter o mercado abastecido.
Mais sobre as reivindicações do segmento em Arrozeiros se propõem a manter o abastecimento do mercado interno de arroz
No entanto, adverte o analista, com a safra 2024/25 ainda a cerca de cinco meses de distância, o mercado enfrenta uma incerteza crescente, o que pode levar o Governo a adotar medidas mais severas caso o cenário se deteriore.
“Frente a essas dificuldades, as empresas têm voltado sua atenção para os derivados e subprodutos do arroz, com foco nas exportações e no aumento de campanhas para revitalizar o consumo interno”, relata.
Para Oliveira, esse movimento demonstra uma tentativa de equilibrar as pressões de custos com estratégias alternativas para manter a sustentabilidade do setor.
“O mercado segue aguardando com cautela os próximos desdobramentos, especialmente no que se refere ao consumo e a extensa queda de braço atual”, ressalta.
Cotações
A média da saca de arroz no Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros e pagamento à vista) encerrou a quinta-feira, 12, cotada a R$ 118,10, queda de 0,25% em relação à semana anterior.
Em comparação ao mesmo período do mês passado, houve um recuo de 0,43%. E um aumento de 17,92% quando comparado ao mesmo período de 2023.
Fonte: Safras & Mercado