Hoje o Brasil consome cerca de 10 milhões de toneladas de ureia ao ano. Deste total, quase 80% é importado. O engenheiro agrônomo Valter Casarin, da Nutrientes para a Vida, afirma que a Unidade de Fertilizantes Nitrogenados III (UFN III) deverá produzir 1,1 milhão do insumo ao ano.
Isso deve suprir aproximadamente 10% da demanda brasileira. Ou seja, não resolve o problema das importações.
Portanto, o Brasil vai continuar comprando muita ureia. Ele explica que este é o fertilizante mais utilizado na agricultura mundial para fornecer nitrogênio às plantas.
UFN III
A UFN III é uma unidade industrial de fertilizantes nitrogenados localizada em Três Lagoas (MS), de propriedade da Petrobras. A sua construção iniciou-se em setembro de 2011. Mas foi interrompida em dezembro de 2014, quando a obra tinha avançado 81%.
No início de fevereiro, a Petrobras chegou a um acordo com o Grupo Acron para a venda da unidade. Após concluída, a planta terá capacidade projetada de produção de ureia e amônia de 3.600 t/dia e 2.200 t/dia, respectivamente.
Estes produtos são fundamentais para a agricultura brasileira. A conclusão da unidade será de responsabilidade do comprador. Segundo a Petrobras, a assinatura do contrato de venda depende ainda de tramitação na governança da Petrobras. “Isso, após as devidas aprovações governamentais”, diz a nota oficial.
Produção interna
Segundo a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, a produção interna vai ganhar muito com a implantação dessa fábrica. “Sabemos que o caminho não é curto. Mas precisamos começar o quanto antes e inverter os 80% de dependência e os 20% de produção nacional”, declarou a ministra.
O volume de importação de fertilizantes no país bateu, em outubro, a marca histórica de 33,8 milhões de toneladas. A informação é da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O número indica um maior investimento na safra atual, bem como um aumento de área plantada das principais commodities nacionais, como soja e milho. A previsão da companhia é de que o Brasil importe, nos próximos meses, mais de 35 milhões de toneladas desses insumos.
