O Brasil é o quinto maior produtor de uvas, e o Rio Grande do Sul gera 90% da produção nacional de suco de uva.
E, em Garibaldi/RS, a produtora de uva e suco orgânico Organovita transforma o resíduo da uva bordô em farinhas e óleo que se tornam produtos comestíveis e cosméticos.
O gerente da Organovita, Giovani Postingher, relatou no programa A Granja na TV, na Ulbra TV, na sexta-feira, dia 1º, como se dá todo esse processo de aproveitamento de um material que inclusive teria problemas para ser descartado.
Segundo ele, na empresa fundada em 1996 sempre se pensou em como dar reaproveitamento a subprodutos ou restos da fabricação de sucos.
“Então, por ser uma uva orgânica, sempre tínhamos este pensamento: de que forma a gente consegue reaproveitar todo este material, todo esse bagaço após a extração do suco?”, contou.
“Por ser uma fruta cultivada sem a utilização de nenhum tipo de agrotóxico, começamos algumas pesquisas e estudos internos para justamente (dar) o aproveitamento do bagaço da uva. Isso eu estou falando em torno de dez anos, ou até mais em pesquisas, onde a nossa equipe, a Bruna (Postingher Accadroll), que é a nossa nutricionista, fez todo este levantamento”, descreveu.
“E, por mais que dentro do processo de extração de suco a gente tenha um produto muito rico em nutrientes e antioxidantes, por exemplo, e até mesmo o resveratrol, que é um antioxidante muito falado hoje em dia no caso da uva, ela percebeu nestes estudos que no bagaço da uva ainda restavam muitos destes nutrientes”, relatou.
“Então desenvolvemos uma fórmula para conseguir reutilizar tudo isso”.
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Segundo Postingher, além disso o bagaço utilizado na fabricação de vinhos, espumantes e sucos, não pode ser descartado no meio ambiente.
É necessário todo um procedimento para coletar o bagaço e dar a sua destinação correta.
Ele explicou que a casca da uva é moída para a elaboração da farinha.
Já da semente, antes de se tornar farinha, é extraído o óleo.
A semente seca é prensada e para se retirar o óleo, que pode ser utilizado como um alimento na salada, como azeite de oliva, mas seu maior destino é como um cosmético, para hidratação de cabelo e mistura em creme.
Agregação de valor
“Ele tem estas duas funcionalidades, como alimento e como hidratante corporal, como um cosmético. A nossa venda também é para a indústria que elabora cosméticos, para a fabricação de cremes, sabonetes, xampus e óleos essenciais”, complementou.
“Precisamos de uma tonelada de uva para gerar um litro de óleo. É um rendimento muito pequeno. É um produto com valor agregado bastante alto por ser exclusivo. Somos hoje a única empresa no Brasil a elaborar óleo de semente de uva orgânica. E da variedade bordô também. Estes são os nossos diferenciais”.
Veja a entrevista completa, assim como o programa na íntegra e mais informações sobre o agro na edição de A Granja na TV de sexta-feira, dia 1º de novembro (Canal 48.1 TV Digital e 521 da NET Porto Alegre)