A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) revisou para baixo as projeções brasileiras de exportação de soja em dezembro, para 1,24 milhão de toneladas, queda de 67% em relação ao mesmo mês de 2023.
Já a semeadura da oleaginosa no Rio Grande do Sul alcançou 80% da área projetada.
Chuvas recentes vêm beneficiando o cultivo, embora a umidade irregular em novembro tenha apresentado desafios aos produtores.
Na economia, a recente valorização do dólar, que ultrapassou a marca de R$ 6,00, tem trazido boas oportunidades de comercialização.
Mas, em contrapartida, encarecendo os custos de produção.
Assim, na semana passada os contratos futuros de soja na Bolsa de Chicago tiveram leve valorização, com janeiro/2025 subindo 0,40%, cotado a US$ 9,95.
O contrato com vencimento em março/2025 encerrou a semana a US$ 10,00 por bushel (+0,30%).
Paralelamente, o dólar fechou a semana com alta de 1,17%, cotado a R$ 6,07.
Esse cenário impactou positivamente os preços internos da soja no Brasil favorecendo a comercialização.
Argentina e La Niña
Embora as chuvas de novembro tenham beneficiado as lavouras argentinas, a possível influência do fenômeno La Niña, que geralmente traz seca para a região, pode comprometer a safra de soja.
Previsões indicam uma chance significativa de La Niña entre dezembro e fevereiro, o que historicamente resulta em rendimentos abaixo da média.
Esse cenário poderá resultar em muita volatilidade para as cotações de Chicago, que ainda não precificaram a interferência do fenômeno.
Conab x USDA
A Conab projeta uma produção brasileira de soja de 166,14 milhões de toneladas, aumento de 12,5% em relação à safra anterior, devido à expansão da área plantada e condições climáticas favoráveis.
Já o USDA projeta sua estimativa em 169 milhões de toneladas, portanto acima da projeção da autarquia brasileira.
Apesar da divergência, ambas as instituições concordam que o Brasil deverá alcançar uma produção recorde na safra 2024/25, consolidando sua posição de destaque no cenário agrícola global.
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Semana positiva
Com base nos fatores apontados, conforme a plataforma Grão Direto, a semana poderá ser positiva em Chicago, que poderá ser intensificada pela pressão altista do dólar aqui no Brasil.
No interior os prêmios devem seguir desvalorizando para o grão disponível e com força de baixa para a safra futura.
Fonte: Grão Direto
Mais sobre os mercados da soja e milho no comentário de Gabriel Souza, analista da Grão Direto. Confira!