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Pecuária

Ladrões sanitários

Pedro HameisterPublicado por Pedro Hameister03/06/2022Nenhum comentário7 Min de Leitura
Foto: Wenderson Araújo/CNA

Doenças oportunistas ou ocasionadas por falhas humanas colocam em risco a fidelidade dos clientes e levam rentabilidade da cria para o brejo

Thales Vechiato

Estamos chegando em plena época de colhermos os frutos dos nascimentos que ocorreram a partir agosto de 2021 na maioria das fazendas do Brasil: a desmama!

Os preços atingidos pelos bezerros atualmente podem trazer um certo conforto financeiro para a fazenda, mas você já se perguntou por que não ganhou mais? É comum notarmos lotes despadronizados, e, mesmo que harmônicos no quesito racial e físico, sempre existirão bezerros mais leves ou menores que os demais. E, para o comprador, não tem jeito, é preciso acabar levando todo o lote. Mas será que ele voltará novamente? É comum olharmos as pastagens, os cochos e tentarmos corrigir na dieta, mas e quando isso não acontece? Muitas vezes, temos que rever processos produtivos e fazer um retrocesso nos dias até chegarmos ao nascimento.

Primeiro, vamos rever as matrizes, tanto nas questões sanitárias quanto nas nutricionais, já que sabemos que vaca magra pare bezerros leves ou não consegue produzir leite suficiente para atender às demandas de sua cria. Um manejo sanitário, com protocolos de vacinação e vermifugação, tem que ser elaborado ou revisto para minimizarmos esse tipo de situação nas fazendas. Quanto aos bezerros, o futuro financeiro da propriedade, além do manejo sanitário do nascimento até a desmama, devemos nos atentar às doenças oportunistas ou ocasionadas por falhas humanas que possam surgir.

A cura de umbigo feito de forma ineficiente, com uso de produtos errados, além de não fechar a principal porta de entrada dos micro-organismos para o aparecimento futuro de doenças, pode levar os animais à morte em poucas horas ou dias. É co- mum nos depararmos com umbigos gros- sos, duros e pedunculados, e isso é sinal de falhas no processo, pois gerou um quadro inflamatório e infeccioso no local, seja pela presença primária de bactérias ou, ainda, secundária, pós-miíase. As onfalopatias ocorrem em cerca de 50% das proprieda- des brasileiras, e um estudo no Pará iden- tificou que as onfalites (inflamação dos tecidos moles do umbigo e regiões circun- dantes) representam 41% dos problemas de umbigo, seguidas por 23% de onfalo- flebites (inflamação das veias), 10,5% de bicheiras, 7,3% de inflamação do úraco e 14,5% de hérnias umbilicais.

Cura do umbigo

Um bom tratamento de umbigo, que deve ocorrer nas primeiras horas pós-nascimento, consiste no corte de 5 cm do coto umbilical, seguido de aplicação de iodo 10% e repelente local, além do uso de endectocida injetável. Realizando essa prática corretamente, o bezerro ficará pro- tegido da entrada de patógenos. Porém, quando o processo de fechamento demora a acontecer, as bactérias entram e podem causar, além de infecções locais, septicemias, levando o animal ao óbito em alguns dias após o seu nascimento. Contudo, os animais com onfalites/onfaloflebites têm maior predisposição a quadros de poliartrite.

As bactérias que atingem a corrente san- guínea, via porta de entrada umbilical, têm predisposição para articulações, e, com isso, quando se nota animais com umbigos “grossos e espessos”, é recomendado que também se observe as articulações ante- riores. Estas ficam mais grossas, quentes, e o animal apresenta dificuldade de loco- moção, decorrente do processo infeccioso local. Veja quantos problemas surgem com a falta de uma “simples” cura do umbigo. É o barato que sai caro!

Vamos às contas, amigo pecuarista: uma falha no manejo cujo lote é de 100 bezerros, 41 animais terão quadros de on- falites, e, com isso, será necessário o uso de antibióticos e anti-inflamatórios, afinal, todo processo infeccioso sempre tem asso- ciação. Um bezerro com aproximadamen- te 40 kg, precisará de 4 mL de antibiótico à base de penicilina e 1 mL (ajustando a dose para fins de cálculo e praticidade de manejo) de anti-inflamatório à base de me- loxicam, ou seja, três a quatro frascos de antibiótico e um de anti-inflamatório. Pode parecer baixo (e realmente é) o investimento no tratamento, mas o grande impacto comercial disso será visto somente na desmama, quando o animal for pesado para a venda, e aí, como diz o campo, “se foi o boi com a corda”, aliás, boa parte de seu lucro de oito meses investidos.

Quadros diarreicos

Esses problemas existem e são passíveis de rápida resolução, mas o grande vilão realmente são os quadros diarreicos! As diarreias são as principais causas de morbidade e mortalidade nas fazendas de cria de todo o Brasil. Estima-se que são responsáveis por 2% a 4% das mortalidades dos bezerros.

Durante os primeiros 30 dias, os animais podem desenvolver diarreia branca/amarelada, de origem viral (rota e coronavírus) ou bacteriana (colibacilose), e diarreias negras devido à presença de sangue digerido, cujos agentes podem ser desde verminóticos até bacterianos.

Um animal com diarreia deixa de se alimentar, não procura a mãe para se amamentar muitas vezes, fica prostrado, isolado dos demais e, claro, apresenta elevado emagrecimento e desidratação, devido à perda de nutrientes via fezes diarreicas. Nesse caso, além de recorrer a antibióticos e anti-inflamatórios, o uso de soros polivitamínicos é fundamental para a evolução do animal e a cura da doença. Está anotando os gastos – aliás, investimentos – em sanidade? Até porque, se não aplicar, haverá a morte do animal, aumentando as contas e comprometendo ainda mais a eficiência das suas crias. Novamente, em 100 bezerros, de dois a quatro morrem, e, nos preços médios atuais do bezerro desmamado (R$ 2.500 os machos e R$ 2.100 as fêmeas), considerando uma taxa de nascimento de 50/50 macho e fêmea, temos um prejuízo de R$ 9.200.

Já sobre os ladrões sanitários, apontamos os principais e mais frequentes e, agora, ficaram mais claros os cuidados que devem ser tomados no primeiro mês de vida dos animais para se evitar prejuízos imediatos e irreparáveis. Mas seria somente isso? A resposta é não! Existem prejuízo indiretos, que, mais uma vez, veremos na pesagem à desmama.

Um animal que não mamou o colostro nas primeiras horas tende a ser mais fraco que os demais, e uma dica valiosa é: logo que os seus funcionários forem fazer as “rondas”, além de irem preparados para os tratamentos das diversas doenças, é preciso observar atentamente se não há rejeição de vacas e novilhas com as suas crias e se o processo de mamada está sendo realizado pelo bezerro de forma correta, ou seja, se ele consegue colocar as tetas na boca e sugar todo o leite do úbere. Bezerros criados por vacas com defeitos físicos de teto, rejeitados e criados em mamadeira, ou filhos de animais que produzam pouco leite, devem receber atenção especial durante toda a fase de cria.

Outro ponto é o tipo de pastagem em que esses animais ficaram alojados com as suas mães até a desmama. E não estou falando da qualidade do capim e da disponi- bilidade de água, porque entendo que isso é princípio básico na produção de bezerros. Deve-se evitar pastos próximos a matas e, com isso, reduzir ataques de predadores; pastos com grotas e buracos excessivos – lembre-se que os animais gostam de correr e podem cair e, dependendo do tombo, quebrar patas.

As áreas ricas em sombreamento, além de gerarem um maior bem-estar animal, trazem abrigos contra chuvas fortes e correntes de ventos. Afinal, quando se toma muita chuva e vento, os animais têm uma queda de imunidade, e, se ela já não estiver boa, podem surgir problemas respiratórios, como as pneumonias, e, como qualquer doença, estas devem ser tratadas rapidamente.

Viu quanto prejuízo por ambiente, manejo e sanidade ocorre durante toda a fase do nascimento à desmama? Agora que você já sabe melhor os entraves e os desafios que ocorrem, está na hora de planejar a próxima estação de nascimento, mesmo sabendo que ainda tem cerca de seis meses para acontecer, mas vale uma boa revisão em todos os processos!

Como estão as suas instalações, os pastos maternidades, a capacitação técnicas dos funcionários? Todos esses pontos são passíveis de correção e ajustes finos para a maximização da lucratividade do seu negócio, aliás, da sua fábrica, que irá produzir alimento para o mundo.

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Pedro Hameister
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