O Rio Grande do Sul teve chuvas fortes no final de semana, com regiões agrícolas sob precipitações de 60 milímetros.
Mesmo assim, foi aquém de algumas projeções que apontavam até 100 mm, avaliou o meteorologista João Castro, diretor para a América Latina da Ignitia Weather, no programa A Granja na TV de segunda-feira, 2, na Ulbra TV.
Apesar dos transtornos em algumas cidades, as precipitações de 60 mm no campo o volume não prejudicaram as lavouras, bem pelo contrário.
“Esse volume que acabou sendo de 60 mm é uma chuva que é bem-vinda, especialmente se pegarmos duas regiões bem distintas. Por exemplo, a Fronteira Oeste, região de Uruguaiana, predominantemente tem produção de arroz”, destacou.
“Então, esse volume de chuva, a menos que algum trato cultural esteja sendo feito, esse volume de chuva é positivo porque o arroz é irrigado, e volumes elevados de precipitação acabam sendo positivos por conta da questão de armazenamento de água porque a lavoura é inundada”, complementou.
“Por outro lado, lá no Noroeste do estado, Santa Rosa, um pouquinho mais para o norte, Passo Fundo, as regiões trabalham aguardando o melhor momento já preparando o solo para o plantio da soja, volumes muito elevados de precipitação, com o solo desnudo, sem nada, sem nenhuma cobertura, um volume muito elevado num curto espaço de tempo pode causar alguns problemas de erosão. Isso às vezes acontece e pode ser prejudicial”.
Conforme ele, se forem 60 milímetros distribuídos em dois dias, como foi o que ocorreu, em tese não há grandes problemas para as lavouras.
Previsão para a semana
E o estado terá alguns dias de clima estável, com temperaturas amenas, mas com possibilidades de chuvas no próximo final de semana, afirmou Castro.
“Sempre que a gente tem essa formação destes ciclones nessas áreas de frente fria, atrás dela sempre vem um ar frio lá do sul da Argentina. Então, vamos observar nos próximos dias a estabilidade avançando mais para o norte, divisa com Santa Catarina, e já a partir de amanhã (terça-feira) se espera essa entrada do ar um pouco mais frio dando um alívio na questão do calor”, projetou.
“Também não é derrubar a temperatura, não vamos sentir temperatura de inverno, mas dá uma diminuída importante por conta dessa estrutura que acontece”, disse.
Mais sobre o clima para o agro gaúcho em O que esperar das nuvens nas lavouras gaúchas em tempos de neutralidade climática
“Sempre que passa a frente fria atrás vem o ar frio e dá a estabilidade. Então, vai ter uma área de alta pressão, céu aberto, bastante radiação solar ajudando a secar tudo que tem que secar e tempo firme”, explicou.
Chuvas voltam
“Isso aí deve mudar lá no final de semana, quando tem novas áreas de instabilidade que vão entrar lá pela Fronteira Oeste já a partir da madrugada de quinta para sexta-feira, que começam a ter essa pequena mudança, e isso vai ganhando corpo, vai ganhando força”, lembrou.
“Essa temperatura deve subir novamente, provavelmente, já na quinta-feira e aí levando chuva, que pode ser bastante volumosa na sexta e no sábado, especialmente na região central do estado. Dá para traçar uma linha reta cortando de Santa Maria subindo até a Região Metropolitana, Serra”, alertou.
“Essas regiões devem ficar com volumes mais elevados de chuva. Não se descarta novamente volumes de 60, 70, 80 milímetros de precipitação no final de semana que vem”.
Já para outras regiões, na Campanha, Zona Sul, o volume vai ser um pouco menor, mas na Campanha ainda pode ter, na região de Bagé, por exemplo, precipitações na casa dos 40, 50 mm.
“Zona Sul, Pelotas, Santa Vitória do Palmar vai diminuir o volume de chuva, pode ficar ali na casa dos 15, 20 mm. É o que tá se desenhando. Estamos bastante longe ainda, mas é importante o produtor ficar atento e acompanhar o noticiário, vendo as previsões para estar mais preparado.”
Confira a análise completa do clima, assim como o programa na íntegra e mais informações sobre o agro gaúcho e brasileiro na edição de A Granja na TV de segunda-feira, 2 de dezembro Canal 48.1 TV Digital e 521 da NET Porto Alegre)
