Os dados que serão revelados no próximo levantamento da Rede Técnica Cooperativa do RS, na semana que vem, deverão ser ainda mais impactantes. A informação é do economista da Federação das Cooperativas Agropecuárias do estado, Tarcísio Minetto.
Perdas
Até 5 de janeiro, data do último relatório, as perdas chegavam a quase R$ 20 bilhões no RS. “Agora só milho e soja já estão perto de R$ 25 bilhões, e alguns já falam em R$ 30 bilhões”, lamenta. Ele justifica que, do dia cinco para cá, houve ainda o agravante das altas temperaturas.
Além do que não será colhido, existe ainda a perda do vigor da soja que permanece no campo, então a produtividade também será menor. “A soja é uma cultura muito dinâmica, tem capacidade de recuperação maior do que a do milho. Se normalizar ainda salva alguma coisa.”
Impacto
Minetto diz que só na produção de milho já foram mais de 120 mil produtores atingidos e quase 80 mil produtores de soja com esse impacto. Essa conta leva em consideração apenas os prejuízos do agricultor, que já teve um custo mais alto de implantação da lavoura por conta da alta no preço dos insumos.
Além disso, toda a economia do agro é prejudicada. Com uma redução tão grande na produção do campo, os segmentos de insumos, manutenção de equipamentos, logística e serviços vão sentir os reflexos. O setor de proteína animal, que depende do milho para a produção, terá que importar o grão de outros estados, arcando com custos de logística e taxas.
Na conversa com a ministra da agricultura, Tereza Cristina, na última semana, as cooperativas, juntamente com outras entidades, entregaram uma série de pedidos. Entre eles, a prorrogação das parcelas vincendas e vencidas por 180 dias, para repactuar os passivos dos financiamentos. Segundo Minetto, a resposta do Mapa ainda não veio.