Cada vez mais bem preparadas, as mulheres têm ocupado posições de comando no agronegócio brasileiro. Elas se interessam por gestão empresarial e de pessoas. Destacam-se pelo perfil agregador e de cooperação, além de entenderem sua responsabilidade com as próximas gerações. A Massey Ferguson celebra o Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, com histórias de mulheres que fazem a revolução no agronegócio.
Assumindo a gestão
Não foi fácil para as mulheres da família Baschera Minotto (foto acima) assumirem a gestão da propriedade em Vacaria/RS. “Meu pai faleceu em 1997, e minha mãe assumiu a propriedade. No início era muito difícil. Não havia tanta tecnologia. Ela saía de casa bem cedo e retornava somente à noite”, conta Verônica.
Hoje, a filha toca a plantação de milho, soja e trigo e a criação de gado, ao lado da mãe Marineusa. “Minha mãe é uma referência para mim. Eu me espelho nela em tudo”, diz.
Produtora em Morada Nova/CE, Célia Maria Nogueira (foto ao lado) também viu-se diante de um desafio quando seu marido faleceu. Dois anos depois, ao lado dos filhos, conseguiu aumentar a produção de arroz, feijão e milho.
Para dar conta no trabalho no campo, ampliou sua frota, que hoje conta com treze máquinas. “Em alguns momentos, achei que não fosse conseguir. Hoje, além de produzir em nossa propriedade, prestamos serviços para fazendas vizinhas”, comemora Célia.
Mulheres líderes
Segundo Censo Agropecuário de 2017, do IBGE, as mulheres lideram 18,6% das propriedades rurais brasileiras. Esse número chega a 34,7% quando somadas as profissionais que administram as fazendas junto às suas famílias.
“Estamos criando o nosso espaço no campo”, afirma Pietra Peracchia Nogueira Carbonari, produtora rural em Sidrolândia/MS. Ela e a irmã Paola estão à frente da propriedade com o pai.
Prática e teoria
“Lugar de mulher é onde ela quiser”, ressalta Ana Julia Schaf Severo, de São Gabriel/RS. “Sempre quis estar no campo e dar continuidade ao trabalho do meu pai.”
Ele sempre teve a prática. Já a filha formou-se em Engenharia Agronômica para somar com a teoria. “Minha principal colaboração foi transformar a soja em um grande negócio para a nossa propriedade”, diz. Na última safra, Ana Julia foi a responsável pela operação do maquinário durante toda a colheita.
Incentivo
A jovem Thamirez Vasconcelos recebeu o incentivo da família para dar continuidade ao negócio de produção de soja em Sinop/MT. “Acreditei nesse sonho. A lavoura me abraçou e acolheu com tanto amor, que eu retribuo com dedicação”, conta. “Desde a infância ela dizia que estudaria agronomia para cuidar da fazenda”, destaca o pai Elmo Leitzke.
As mulheres ligadas ao agronegócio precisam equilibrar várias frentes e atuar como proprietária, administradora, mãe e dona de casa. De acordo com um estudo da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), 71% têm múltiplas tarefas e responsabilidades.
“As mulheres conseguem fazer várias coisas ao mesmo tempo: ser mãe, atender à casa e trabalhar”, enfatiza Marina Schaf Severo, produtora em São Gabriel/RS. “Nós podemos fazer qualquer coisa, só depende de nós”, afirma Lindanete Borges Mendonça, produtora rural em Paranatinga/MT.