O clima na América do Sul continua acompanhado de perto pelo mercado da soja.
E será um fator importante para balizar os preços.
No Brasil, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) aponta que a semana será marcada pela permanência das chuvas em praticamente todo território nacional.
Os maiores volumes acumulados estão previstos em Goiás, parte de Minas Gerais, leste do Tocantins e sul da Bahia.
Há, ainda, possibilidade de ocorrência de granizo no Centro-Oeste dos estados da Região Sul.
Além disso, há indicativos de precipitações na Argentina, possibilitando a evolução do plantio na região, que se encontra bastante atrasado. Esse cenário contribui para a queda de Chicago.
O mercado, por sua vez, continuará monitorando a China. Aguarda posicionamento mais firme de compras diante do relaxamento das medidas do covid-zero.
Caso isso se confirme, deverá provocar alta a curto prazo nas cotações de Chicago.
Câmbio influenciado
No mais, o dólar continuará sendo fortemente influenciado por incertezas econômicas internas. Poderá ter mais uma semana de muita volatilidade.
Caso esse cenário permaneça, poderá haver uma continuidade de valorização da moeda americana frente ao real.
Ruan Sene, analista da plataforma Grão Direto, acredita que a continuidade da valorização do dólar nesta semana poderá continuar valorizando os preços da soja no Brasil.
E isso ainda pode ser potencializado pela alta de Chicago.
Relatório Oferta e Demanda
A semana passada foi marcada principalmente pela divulgação do Relatório de Oferta e Demanda Mundial (WASDE).
Contudo, isso não foi suficiente para movimentar as cotações de Chicago. Sendo assim, o contrato com vencimento em novembro/2022 fechou a sexta-feira valendo US$ 14,59/ bushel (+0,55%). E o com vencimento em março/2023 fechou no campo negativo a US$ 14,56 (-0,95%).
O relatório mostrou elevação para 118,28 milhões de toneladas na produção norte-americana. Assim, consequentemente, também elevou os estoques finais do país para 5,99 milhões de toneladas.
Em contrapartida, houve redução de 1,5 milhão de toneladas na Argentina.
Já no Brasil, a produção foi mantida em 152 milhões de toneladas. Assim como os estoques finais, que também não sofreram alterações.
Com isso, a produção no mundo foi diminuída em 0,12%. E os estoques finais aumentados em 1,65 milhão de toneladas, respaldados, principalmente, pela expectativa recorde de produção brasileira.
Em relação ao plantio 2022/23. O Brasil atingiu 57,5% da área prevista. De acordo com o boletim publicado no dia 7 pela Conab. Mato Grosso alcançou 95,3%, com bom desenvolvimento inicial, em sua maioria.
O Mato Grosso do Sul chegou a 88%, visto que a umidade do solo continua adequada à semeadura e ao desenvolvimento das lavouras.
Já no Rio Grande do Sul, apenas 5% da soja tinha sido plantada. Os produtores estão cautelosos para o plantio devido a preocupações com os possíveis efeitos do La Niña.
Dólar em alta
Além disso, a moeda americana teve uma semana de forte valorização. Fechou a sexta a R$ 5,33 (+5,36%). Desta forma, foi possível recuperar toda queda da semana anterior.
Segundo o analista de mercado da Grão Direto Ruan Sene, as incertezas econômicas internas em função de propostas de mais gastos públicos, foi o principal causador da desvalorização anterior.
Nesse cenário, o país tende a se endividar de forma insustentável, fortalecendo o processo inflacionário.
Com a alta expressiva do dólar, somado à leve alta de Chicago, o mercado brasileiro teve uma semana de forte valorização em relação à semana anterior.
Fonte: Grão Direto www.graodireto.com.br