Para o milho, a semana passada foi marcada pela atualização dos números de intenção de plantio e estoques trimestrais norte-americanos, o início da colheita na Argentina e as exportações brasileiras.
Diante disso, as cotações de Chicago finalizaram a semana sendo cotadas a US$ 6,58 o bushel (+2,17%) para o contrato com vencimento em maio/23.

E o mercado físico brasileiro teve uma semana de leve valorização.
Durante a semana, o mercado ficou atento às atualizações divulgadas pelo Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).
O relatório mostrou que o estoque trimestral norte-americano foi de 187,98 milhões de toneladas, cerca de 1 milhão abaixo das expectativas do mercado.
No entanto, o relatório de intenção de plantio da safra 2023/24 indicou uma área de 37,23 milhões de hectares, 1,4% acima do esperado pelo mercado.
Neste cenário, o produtor americano está optando por plantar mais milho em detrimento da soja, devido à melhor rentabilidade.
Argentina, -30%!
A colheita da safra argentina de milho começou, e os primeiros números apresentados pela Bolsa de Cereais de Buenos Aires indicam uma produção de 36 milhões de toneladas, o que representa uma queda de 30% em relação à projeção inicial.
Esse cenário reforça a redução na oferta mundial de milho e aumenta a atenção sobre o desenvolvimento da segunda safra no Brasil e nos EUA.
Apesar do movimento de queda nos volumes de exportação, se comparado aos meses anteriores, o Brasil ainda vem mantendo destaque no contexto histórico.
Segundo a Secretaria de Exportação (Secex), as compras de Japão, Coreia do Sul e Colômbia estão compensando a ausência da China.
Maiores embarques em sete anos
A Secex também prevê que o volume de exportação em março deve ultrapassar 1,3 milhão de toneladas, o que representa o maior volume dos últimos sete anos.
As condições climáticas vão continuar sendo acompanhadas de perto pelo mercado, diante do desenvolvimento da segunda safra.
De acordo com a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), esta semana terá chuvas significativas na região Centro-Norte do Brasil, mantendo a expectativa de alta produção brasileira.
É provável que a procura pelo milho produzido nos Estados Unidos permaneça elevada, uma vez que o país tem disponível, neste momento, volumes suficientes e acessíveis (em comparação com a Ucrânia e Brasil) para negociação.
Porém, deve ser reduzida nesta semana por conta da ausência da China e feriados pelo mundo.
O desenvolvimento satisfatório das lavouras de milho vem apresentando uma forte pressão de queda nas cotações da bolsa brasileira (B3).
Por outro lado, o mercado interno ainda se encontra aquecido e deve segurar os preços no mercado físico, aliviando o viés negativo.
Diante deste cenário, a semana poderá ser marcada por continuidade de queda.
Fonte: Grão Direto www.graodireto.com.br