Nova estimativa divulgada hoje por Safras & Mercado indica que a segunda safra de milho em 2023 deverá crescer 4,11%.
E ocupar 15,412 milhões de hectares, superando os 14,809 milhões de hectares cultivados em 2022.
O número fica acima também dos 14,951 milhões de hectares previstos no levantamento anterior, divulgado no final de janeiro.
Segundo o consultor de Safras & Mercado Paulo Molinari, esse incremento significativo na área da safrinha leva em conta o plantio mais tardio que vem sendo realizado, por conta dos atrasos observados na colheita da soja.
Chama a atenção também o incremento de 8,1% na área destinada à safrinha por parte dos produtores de Mato Grosso.
Os mato-grossenses deverão cultivar 7,046 milhões de hectares, contra os 6,521 milhões em 2022.
No levantamento anterior, a área havia sido estimada em 6,653 milhões de hectares.
Molinari ressalta que, em condições normais de clima, a produtividade média da safrinha poderia subir frente aos 5.699 quilos/hectare colhidos na segunda safra de 2022.
Ou 5.982 quilos/hectare, superando os 5.868 quilos esperados em janeiro.
24,057 milhões de toneladas
A produção de verão 2022/23 de milho do Centro-Sul foi revisada por Safras & Mercado e poderá atingir 24,057 milhões de toneladas, ante as 23,719 milhões projetadas no levantamento anterior.
O número deve superar a produção registrada em 2021/22, de 21,863 milhões de toneladas.
“A melhora da produção frente à estimada anteriormente em estados como Santa Catarina, Paraná, São Paulo e Minas Gerais irá compensar as perdas na produção do Rio Grande do Sul, que se acentuaram”, detalha Molinari.
RS: estiagem severa
Molinari ressalta que a produção de milho gaúcha, que foi severamente afetada pela estiagem, está estimada agora em 4,483 milhões de toneladas, aquém das 4,636 milhões de toneladas indicadas em janeiro.
Mas ainda à frente das 3,440 milhões de toneladas colhidas na safra verão 2021/22.
A área plantada com milho na safra de verão 2022/23 deverá recuar 4,5%, ocupando 4,187 milhões de hectares no Centro-Sul.
Deve haver um crescimento na produtividade média da safra de verão 2022/23 frente ao registrado na temporada 2021/22.
Passaria 4.986 quilos para 5.744 quilos/hectare.
As regiões Norte e Nordeste devem cultivar 2,485 milhões de hectares com o cereal, volume acima dos 2,461 milhões de hectares indicados em janeiro.
Em relação aos 2,495 milhões de hectares da temporada 2021/22 deve haver um recuo de 0,4%.
O consultor acredita que as regiões devem alcançar uma produtividade de 5.647 quilos por hectare de milho, acima dos 5.595 quilos colhidos no último ano.
“A produção nessas regiões poderá atingir 14,033 milhões de toneladas na safra 2022/23, superando as 13,889 milhões de toneladas indicadas em janeiro e as 13,963 milhões de toneladas colhidas na temporada 2021/22”, sinaliza.
Área total: +1,8%
A área total de milho deverá ocupar 22,085 milhões de hectares em 2022/23, contra os 21,601 milhões de hectares indicados na estimativa anterior.
Isso representa um avanço de 1,8% frente aos 21,689 milhões de hectares cultivados em 2021/22.
O rendimento médio das lavouras para a temporada 2022/23 deverá ficar em 5.899 quilos/hectare, superando os 5.543 quilos da safra 2021/22 e os 5.803 quilos por hectare previstos no levantamento anterior.
Neste cenário, Molinari ressalta que a produção nacional de milho tem potencial para atingir a marca histórica de 130,289 milhões de toneladas na temporada 2022/23.
“O volume será maior que as 125,344 milhões de toneladas apontadas no levantamento anterior e que as 120,230 milhões de toneladas colhidas na temporada 2021/22”, conclui.
Fonte: Safras & Mercado