A Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco) realizou na terça-feira, 10, em Porto Alegre, reunião geral de diretoria para apresentar o relatório de gestão e as metas aprovadas no Fundo de Desenvolvimento da Ovinocultura (Fundovinos).
O encontro foi presencial e pela internet.
A gerente administrativa da Arco, Lorena Riambau, mostrou alguns que no ano a Arco teve superávit de R$185 mil.
Também apresentou uma série de repasses feitos pela atual gestão com os respectivos valores e também os investimentos realizados, além de um programa que unifica os eventos promovidos pelas associações estaduais de ovinos.
Nas redes sociais, houve um aumento de 10 mil seguidores no Facebook e de 12,2 mil no Instagram.
Foram 231 novos cadastros de associados e 81 exposições homologadas no ano passado, inclusive fora do RS, no Distrito Federal e em Goiânia.
Com relação ao Fundovinos, Lorena mostrou a verba para 36 meses que soma R$ 4.966.620,00, sendo que a primeira parcela que será recebida soma R$ 780 mil em conta aberta pelo governo do Estado.
“Uma das primeiras metas do Fundovinos diz respeito à carne ovina, fomento de ações relativas à comercialização do produto. Em um primeiro momento as ações ocorrerão basicamente no Rio Grande do Sul, mas, dependendo, poderão acontecer em outros estados e fora do país”, relatou.
Outro ponto importante relativo ao Fundovinos foi o fortalecimento do processamento da lã, que ocorrerá em três pilares fundamentais: sanidade ovina, apoio ao centro de estudos de ovinos e melhoramento genético.
Exportação de animais vivos
Com relação a questões técnicas, a vice-presidente da Arco, Elisabeth Lemos, mencionou um desejo muito grande da Associação no sentido de atender uma demanda que é a procura pela genética brasileira, “que, por incrível que pareça, não pode ser exportada”, numa referência à proibição de exportação de animais vivos devido à doença de scrapie.
Elisabeth afirmou que, num primeiro momento, houve um avanço importante que é a permissão da Organização Mundial da Saúde de exportar sêmen e embriões.
“O primeiro país a aderir, e faltam detalhes para finalizar essa medida, é o Paraguai. E há interesse também da Colômbia e do Peru”, adiantou.
Outro ponto levantado por ela é o convênio que está sendo desenvolvido junto ao Sebrae para um programa de desenvolvimento da ovinocaprinocultura.
A Arco está dentro deste projeto e já houve duas reuniões com o Sebrae nacional neste sentido.
A vice-presidente da entidade também destacou no ano de 2024 a maior aproximação da Arco com as associações promocionais de raça e com as associações estaduais.
“A Arco tem certeza que este trabalho que todos nós realizamos é muito importante e a gente tem visto um desenvolvimento crescente, principalmente nos eventos, por todos os estados brasileiros que promovem ações com ovinos”, comemorou.
Arco Jovem
Elisabeth também fez referência à Arco Jovem, iniciativa de 2015, e que vem sendo incrementada ao longo dos anos.
A ideia visa incentivar crianças e adolescentes no sentido de mantê-los junto da criação de ovinos e caprinos.
“A Arco Jovem realizou uma série de eventos no Rio Grande do Sul junto às exposições mais importantes em mais de 10 municípios com mais de quinhentas crianças participando”, recordou.
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Sobre as ações pós enchentes de maio e junho, foi lembrada a iniciativa da Associação que coordenou a doação de quase 2 mil cobertores aos necessitados.
A superintendente de Registro Genealógico da Arco, Magali Moura mostrou uma série de gráficos detalhados e estatísticos relativos ao Registro de Raças, Coberturas, Nascimentos, Inspeções e Confirmações.
Também prestou contas dos encontros ocorridos recentemente em Brasília, junto ao Ministério da Agricultura, e também da Reunião da Câmara Setorial, realizada basicamente para tratar de questões relativas à abertura de novos mercados.
Já o presidente da Arco, Edemundo Gressler, disse que o grande desafio do setor em 2025 será o foco no aumento da produção de carne ovina.
“Eu até falei para o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, em Brasília, que não queria ovinocultura na Amazônia. Nós temos que ter árvores, mas que as demais regiões do país possam ter uma ovinocultura forte”, disse.
“E eu nem quero trabalhar muito na exportação de carne. O que eu quero é que o povo brasileiro consuma mais carne e carne ovina. Então, nós temos um tema de casa extremamente importante”, convocou.
Gressler enfatizou que um país das dimensões do Brasil pode ter muito mais do que os atuais 20 milhões e 200 mil ovinos.
“Nós temos condições de, num curto espaço de tempo, fazermos mais carne ovina chegar nas gôndolas dos supermercados, até porque a espécie nos proporciona isso. Uma espécie que tem cinco meses de gestação e com mais quatro, cinco meses, esse produto já pode estar no comércio”, projetou.
Fonte: Arco