O avanço do plantio do milho safrinha no Brasil marcou a semana passada.
Assim como as exportações brasileiras e incertezas sobre a renovação do acordo de exportação no Mar Negro.
Diante disso, as cotações de Chicago finalizaram a semana sendo cotadas a US$ 6,48 o bushel (-0,31%) para o contrato com vencimento em março/23.
O plantio da safrinha 2023 avançou bastante, mas ainda continua atrasada.
De acordo com a Conab, houve evolução de 15,4% durante a semana, atingindo 48,7% a nível nacional.
Apesar do avanço significativo, ainda encontra-se com 10,9% de atraso, em relação ao ano anterior.
Mato Grosso, Goiás e Tocantins foram os estados que mais progrediram.
Apesar do mercado estar nesse momento voltado para comercialização de soja, as exportações de milho ainda continuam aquecidas.
De acordo com a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), o Brasil exportou aproximadamente 2,27 milhões de toneladas em fevereiro, contra 768 mil toneladas do mês de fevereiro de 2022.
Recorde à vista
Caso continue com ritmo aquecido, poderá alcançar um novo recorde de exportação no fim do ano.
O conflito geopolítico envolvendo Rússia e Ucrânia afetou significativamente a cadeia de fornecimento de milho.
Isso aconteceu porque o país ucraniano atualmente é o quarto maior exportador deste cereal.
Com intuito de amenizar esse impacto de fornecimento, houve um acordo de exportação entre os países, que permite a exportação de cereais ucranianos pelo Mar Negro.
Neste mês haverá a renovação do acordo, e isso traz uma certa cautela ao mercado, pois poderá haver retaliações por parte da Rússia.
Oferta e demanda mundial
Esta semana haverá a atualização das Estimativas de Oferta e Demanda Agrícola Mundial (WASDE).
Os números deverão indicar redução na produção da Argentina, que ainda sofre a seca.
Assim como atualizações nos números de oferta e demanda norte-americana, que se prepara para iniciar o plantio ainda este mês.
O mercado deverá olhar de perto os indicativos da safra 2023/24 dos EUA.
Mais habilitações
A demanda externa pelo milho brasileiro deverá continuar aquecida, sobretudo, depois que o Ministério da Agricultura e Pecuária noticiou a habilitação de mais 90 empresas para exportar milho, atingindo o total de 446 empresas.
Com isso, o Brasil reforça as expectativas de se tornar o maior exportador mundial do cereal.
Apesar da expectativa de aumento de demanda de médio a longo prazo, as cotações brasileiras poderão continuar pressionadas diante das projeções otimistas de produção brasileira, podendo ter uma semana de continuidade de queda.
Fonte: Grão Direto www.graodireto.com.br