A produtividade de milho das lavouras norte-americanas subiu de 189,35 para 191,55 sacas por hectare, elevando a safra daquele país a 384,74 milhões de toneladas.
Os estoques finais, por outro lado, caíram de 53,26 milhões para 52,67 milhões de toneladas.
Os números são do recente relatório de oferta e demanda do USDA.
No Brasil, a colheita da segunda safra avançou de 91,3% de duas semanas atrás para 94,7% na semana passada.
E supera em muito os 72,4% registrados no mesmo período em 2023.
As cotações de Chicago finalizaram a semana passada cotadas a US$ 3,70 o bushel (-1,86%), para o contrato com vencimento em setembro/24.
E na B3 o milho recuou 1,11%, a R$ 59,29 a saca. No mercado físico, o movimento foi predominantemente negativo, seguindo as tendências notadas no Brasil e EUA.
Exportações brasileiras fracas
Na última atualização feita pela Secex, o Brasil havia efetivado cerca de 1,9 milhão de toneladas em sete dias úteis de agosto.
O número, até o momento, é significativamente menor que o do mesmo período do ano passado, que tinha exportado 2,8 milhões de toneladas (-32%).
Ainda há uma divergência muito alta entre as previsões da Conab e USDA, que estimam que o país vai exportar 36 milhões de toneladas e 49 milhões, respectivamente.
E de acordo com as análises e projeções da plataforma Grão Direto, deverão ser exportadas cerca de 45 milhões de toneladas, precisando manter uma média mensal de 6,6 milhões de toneladas.
Apesar de o movimento de exportação estar mais lento neste ano, a China ainda mantém sua posição de liderança, adquirindo 1,62 milhão de toneladas até julho.
O Egito e a Argélia também têm se destacado, ocupando o segundo e terceiro lugares, com 1,61 milhão e 1,13 milhão de toneladas, respectivamente.
Esse cenário contrasta com o ano passado, quando o Japão liderava o ranking, mas agora caiu para o 10º lugar.
No entanto, é importante destacar que historicamente o maior volume de exportações se concentra no segundo semestre, o que significa que esse cenário atual ainda pode mudar significativamente.
Rússia x Ucrânia
Em nível internacional, as preocupações aumentaram com as exportações de milho no Mar Negro, que podem ser afetadas pelos recentes bombardeios russos no porto de Odessa.
O novo ataque das forças ucranianas permitiu avançar em pequeno território russo duas semanas atrás.
Porém, houve uma contraofensiva pelos militares da Rússia, travando mais um capítulo do conflito entre os dois países.
O exército russo promoveu um novo bombardeio ao porto de Odessa, trazendo novas preocupações sobre a capacidade de escoamento dos grãos ucranianos.
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Caso haja alguma limitação significativa do escoamento dos grãos ucranianos, poderá resultar em boas oportunidades para o cereal brasileiro.
Considerando os fatores mencionados anteriormente, conforme a Grão Direto, é provável que o mercado de milho enfrente mais uma semana negativa, embora as quedas não devam ser tão acentuadas quanto as observadas na semana passada.
Fonte: Grão Direto