O plantio de milho na safra 2023/24 nos EUA teve um avanço rápido.
E já chega a 26% da projeção total, conforme relatório do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulgado em 01/05.
Houve um progresso de 12% durante a semana passada.
Exportações em queda
Já por aqui, em abril, o volume de exportação de milho registrado pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) foi 28% menor em comparação com o mesmo período do ano anterior.
E o mercado também acompanhou as negociações entre a Ucrânia, a Rússia e a Turquia para renovar o acordo de exportação pelo Mar Negro, que ainda não foi efetivado.
Diante disso, as cotações de Chicago finalizaram a semana passada cotadas a US$ 6,52 o bushel (+2,68%) para o contrato com vencimento em maio/23.
Em contrapartida, o mercado físico brasileiro teve mais uma semana de desvalorização.
As exportações brasileiras continuarão em ritmo lento.
Segundo o analista de mercado da Grão Direto Ruan Sene, os números devem continuar pequenos, aguardando a chegada na segunda safra a partir de junho.
Considerando os dados históricos, possivelmente o volume fechará o mês com aproximadamente 500 mil toneladas.
Enquanto isso, o mundo continuará aguardando a chegada do milho brasileiro.
E as vendas de milho norte-americano devem continuar fracas nesta semana.
A expectativa continua muito alta em relação à produção da segunda safra de milho brasileiro, e isso vem pressionando os preços internos, atraindo muitos compradores internacionais.
Além disso, a África do Sul aguarda uma ótima safra de milho, e também vem sendo opção de compra para os países, principalmente a China.
Oferta e demanda mundial
Na próxima sexta-feira, dia 12, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) divulgará novos números referentes à safra 2022/23 e os primeiros números da safra 2023/24 nos EUA.
É esperada mais uma diminuição na expectativa de produção da Argentina, a menor demanda e, consequentemente, aumento dos estoques.
Clima brasileiro diversificado
Segundo informações do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), há previsão de chuvas para o Sul do Brasil nos próximos dias.
Nas demais regiões, a previsão é de tempo seco e quente sobre o Centro-Oeste e Sudeste.
A continuidade da falta de chuvas poderá prejudicar o potencial produtivo de algumas regiões, principalmente em locais que o plantio foi feito fora da janela ideal.
Clima nos EUA
Já o clima nos EUA continuará favorecendo o plantio.
Para os EUA, de acordo com a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA), a região Norte do cinturão produtor poderá ter aumento de temperaturas, favorecendo a evolução do plantio.
Já a região oeste, onde o plantio está sendo feito com solo seco, poderá receber chuvas, trazendo alívio aos produtores. A região Centro-Sul têm maior probabilidade de receber chuvas volumosas.
Acordo no Mar Negro
As tensões entre a Rússia e a Ucrânia continuam altas.
Houve uma reunião na última sexta-feira, dia 5, porém, sem sucesso.
A Rússia afirma que não estenderá o acordo (que vence em 18 de maio), caso uma lista de exigências não seja cumprida.
As próximas duas semanas serão de bastante tensão em relação à renovação deste acordo, podendo provocar bastante oscilação em Chicago.
Assim, as cotações poderão ter mais uma semana de desvalorização.
De acordo com Sene, a falta de novos fundamentos para o milho brasileiro provavelmente resultará em mais uma semana de leves desvalorizações.
Fonte: Grão Direto www.graodireto.com.br