As exportações brasileiras de milho deverão atingir 4,51 milhões de toneladas em julho, aumento de 410 mil toneladas em relação ao mês anterior, segundo a Secex.
O ritmo de vendas internacionais brasileiro está lento.
Comparado ao ano passado, 25% menores, totalizando de janeiro a junho apenas 8,76 milhões de toneladas, e devem fechar o mês em torno de 10 milhões no acumulado.
Isso está acontecendo por conta da janela estendida de exportação da soja, que está sendo aproveitada, principalmente, pela China.
As exportações brasileiras projetadas pelo USDA estão em 50 milhões de toneladas para essa safra.
Mas para atingir o volume estimado do USDA, o Brasil terá que exportar, a partir de agosto, cerca de 8 milhões toneladas por mês.
Argentina
Com base no histórico recente, o Brasil até teria capacidade de exportar o montante esperado, mas a Argentina pode se tornar um concorrente significativo.
Isso se deve ao fato de que a China firmou um acordo comercial com o país vizinho para viabilizar a compra do cereal argentino, que deve ter uma produção 50% maior do que no ano passado, e totalizar aproximadamente 50 milhões de toneladas.
Não se deve esquecer que os EUA também entrarão no jogo no fim do semestre.
Comercialização lenta
O produtor brasileiro continua esperando por melhores preços para comercializar seu cereal, no aguardo de uma recuperação na demanda internacional, que ainda permanece fraca.
Vale ressaltar que, neste momento, o milho da Argentina é mais atrativo comercialmente que o do Brasil.
Para que o Brasil se torne mais atrativo, seria necessário aumentar a oferta de produto no mercado ou a Argentina reduzir suas vendas, forçando assim uma valorização.
Colheita acelerada
A colheita da segunda safra continua avançando, e passou de 61,1% na semana anterior para 74,2% na semana passada.
Esse índice é significativamente maior do que os 39,3% registrados no mesmo período de 2023.
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Cotações
A semana passada foi de leves valorizações nas cotações do milho.
A alta do dólar e os prêmios nos portos resultaram em uma semana bastante positiva para os preços do milho na BM&F Bovespa e no mercado interno brasileiro.
Já as cotações de Chicago finalizaram a semana cotadas a US$ 3,91 o bushel (-2,98%), para o contrato com vencimento em setembro/24.
Na B3, o milho foi na contramão, e subiu 1,66%, para R$ 59,27 a saca.
Em função disso, o mercado físico apresentou leves variações de alta, mantendo o descolamento de Chicago.
Portanto, de acordo com a plataforma Grão Direto, poderá haver movimentos positivos nas cotações de Chicago e BM&F Bovespa, que poderão refletir no mercado físico.
Porém, ainda não serão movimentos significativos, pela falta de demanda.
Fonte: Grão Direto