O clima se manteve desfavorável para o milho americano na semana passada.
A falta de chuvas e as temperaturas continuam preocupando o mercado em uma fase importante da cultura.
E a expedição Pro Farmer Crop Tour apresentou estimativas menores que os números do USDA, e reduziram em 3,53 milhões a produção de milho.
De acordo com os “olheiros” da consultoria, o clima seco e quente no Meio-Oeste pode prejudicar ainda mais a produtividade do milho, visto que 78% das lavouras estão na fase de enchimento de grãos, fase muito dependente de boas condições climáticas para gerar grãos maiores e mais pesados.
Na Europa, após a Ucrânia anunciar nova rota, considerada segura para escoar grãos, portos no Danúbio foram bombardeados pela Rússia.
Assim, na semana passada as cotações de Chicago encerraram em baixa, com o contrato de setembro a US$ 4,69 o bushel (-2,09%).
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Acompanhando Chicago, o mercado físico brasileiro teve uma semana de desvalorizações.
Por aqui, a colheita da segunda safra segue atrasada.
Chuvas pontuais, grande volume de produção e aperto logístico têm atrasado a colheita do milho safrinha em comparação a 2022.
Atraso da ordem de 11,4%. Esse cenário pode desencadear perdas pontuais de produção.
Recorde de exportação
Já a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) estimou as exportações em 9,4 milhões de toneladas para agosto.
Ou 36% maior que no mesmo mês do ano passado.O mercado interno está morno. O produtor brasileiro está resistente na venda por apertos logísticos e queda nos preços.
Mesmo com recorde de exportação, o Brasil ainda tem muito milho e, com a aproximação da safra norte-americana, essa oferta represada poderá sofrer com mais quedas nos preços.
Trigo russo
Competidor em proteína com o milho, o trigo teve sua estimativa de produção russa colocada em 92,1 milhões de toneladas pela consultoria agrícola Sovecon, contra 87,1 milhões no último levantamento.
Com uma China prejudicada pelo grande volume de chuvas, o país asiático pode optar por comprar trigo russo (em função da oferta), milho brasileiro ou milho norte-americano.
Essa competição entre as origens acarreta uma queda nos preços.
Em função dos fatores apresentados, apesar de Chicago ter alguns fundamentos que o direcionam à alta nos preços, o cenário brasileiro de milho pode acompanhar mais desvalorizações essa semana.
Fonte: Grão Direto www.graodireto.com.br